Uma pesquisa que avaliou os padrões de consumo de álcool no Brasil aponta que as mulheres reagem mais em brigas de casal, cometendo mais agressões. O estudo revelou que 5,7% das entrevistadas admitiram ter batido pelo menos uma vez em seu parceiro nos 12 meses anteriores à entrevista. No caso dos homens, o índice foi de 3,9%.
A diferença está na intensidade das agressões. Apesar de mais constantes, os golpes das mulheres são mais leves, como empurrões e tapas. Já as agressões dos homens são mais graves e violentas. "Foi uma surpresa. Todos imaginavam que o número de homens agressores seria maior que o de mulheres", explica o médico Marcos Zaleski, autor do 1º Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool no Brasil.
O estudo, feito com apoio da Unidade de Estudos de Álcool e Outras Drogas (Uniad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), entrevistou 1.445 pessoas em todo o Brasil.
No total das agressões - que inclui episódios em que a pessoa bateu, apanhou ou houve violência mútua -, a mulher também aparece como mais impetuosa. Elas se envolveram em 14,6% dos casos de Violência entre Parceiros Íntimos (VPI) e eles, em 10,7%.
A questão da bebida é controversa. Mulheres assumiram estar embriagadas em 9,2% das brigas com violência - homens disseram que suas parceiras haviam bebido em 30,8% dos casos. Eles admitiram ter bebido em 38,1% dos episódios de VPI, mas elas rebateram que o parceiro estava embriagado em 44,6% dos casos.
A pesquisa entrevistou apenas um dos parceiros por domicílio. Por isso, os números não retratam os dois lados de um mesmo caso.
com G1