Antonio Aragão
Está atingindo o patamar da insuportabilidade o comportamento de condutores de bicicletas adaptadas para divulgação sonora e carros de som que atendem respectivamente ao comercio e aos candidatos as eleições de outubro, o que vem gerando reclamações da população que vê obstruído seu direito de descanso e privacidade, fato que confronta a Lei da Silencio.
Antes mesmo do inicio da campanha eleitoral, o Ministério Público de União dos Palmares havia acionado as autoridades competentes no sentido do abuso ser coibido, chegando mesmo a ser convencionado em reuniões que as policiais militar e civil seriam responsáveis pela contenção dos infratores, porém, sem um aparelho para medir os decibéis, o fato caiu no esquecimento..
O problema da poluição sonora em União dos Palmares é antigo. De ensaio de bandas de fanfarras geralmente no período noturno exatamente na hora do repouso dos vizinhos dos estabelecimentos de ensino a filhinhos do papai que após beberem e que por puro exibicionismo circulam seus veículos durante a madrugada com potentes aparelhos sonoros ligados, as bicicletas de “empresas” ou mesmo individuais que funcionam irregularmente já que não pagam impostos, seus condutores não têm carteira de trabalho assinada, e quando chamados para trabalhar não recebem nenhuma orientação, até irresponsáveis que aproveitam a euforia da campanha política cujos pais ou parentes são candidatos, além dos exibidos e moleques, são os principais responsáveis pelo desrespeito.
Idosos, crianças, enfermos, hospitais, postos de saúde, consultórios médicos, repartições e até mesmo cidadãos comuns são obrigados a receber em seus lares e locais de trabalho mensagens indesejáveis em som estridente, o que caracteriza invasão de privacidade, isto sem falar nos casos quando os veículos estacionam em uma rua “oferecendo” uma dupla opção: além do som estridente, o ruído do motor elétrico que alimenta o sistema sonoro interrompe o sono do trabalhador, sem que ninguém tome as devidas providencias. Alguns condutores destes verdadeiros infernos ambulantes apegam-se ao sentimento da impunidade, reinante no município.
Há dias passados, dois potentes carros de som foram proibidos de circular exatamente por estes motivos e sua soltura ensejou o sentimento de “isto não dá em nada”. Enquanto as autoridades não tomam as providencias, todos os dias pessoas procuram à editoria deste noticioso no sentido do assunto ser exposto, o que vai obrigar segundo uma idosa, a todos os dias ser entregue para divulgação a identificação dos veículos, numa tentativa de inibir a irregularidade considerada como de “vandalismo e desrespeitosa”, segundo a anciã que não quis se identificar com medo de represálias.
Um terceiro fator que contribui para aumentar a poluição sonora são as motocicletas, cujos condutores (menores ou sem habilitação e que circulam livremente) mandam extrair o miolo dos escapes dos seus veículos o que propicia um barulho ensurdecedor, sem que sejam punidos ou sequer admoestados.