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04/04/2008 00:00:00

Economia


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Pesquisa realizada pelo Idum (Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos) aponta que alguns dos medicamentos que têm preço controlado pela Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) tiveram reajuste de até 52% acima do permitido. A lista tem 208 apresentações.

No período de abril de 2007 a março de 2008, os preços dos medicamentos monitorados não podem aumentar, já que o último reajuste foi autorizado no final de março de 2007. Já o próximo reajuste passa a valer a partir de 9 de abril.

No ano passado, o governo liberou três faixas de aumento (5,51%, 4,57% e 3,64%), definidas com base na inflação e conforme o nível de competição no mercado com os genéricos nas vendas. Na próxima semana, os laboratórios terão novas três faixas para aumentos _4,61%, 3,56% e 2,52%.

Segundo o Idum, os dados utilizados para o levantamento foram extraídos das revistas com preços oficiais da indústria farmacêutica. A Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias) foi procurada pela Folha Online, mas não se posicionou sobre o caso.

Já a Febrafarma (Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica), por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não existe a possibilidade de aumento indevido e que, nos últimos anos, nenhum laboratório foi autuado pela pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) por desrespeito ao regulamento de preços.

A entidade afirmou ainda que possíveis incompatibilidades de valores podem decorrer de erros de digitação dos laboratórios ao enviar os dados tanto ao governo como às publicações do setor.

O secretário-executivo da Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), Luiz Milton Veloso, agência do governo que controla o setor, afirmou que desconhece a pesquisa deste ano, mas que vai apurar qualquer denúncia de irregularidade. "A multa varia de R$ 200 mil a R$ 3 milhões, e vamos investigar um por um."

Veloso destaca, no entanto, que da pesquisa do Idum feita no ano passado, com mais de 400 medicamentos, apenas em seis itens havia indícios de irregularidade, mas que nenhum deles se confirmou.

Segundo a pesquisa do Idum, o maior aumento indevido foi verificado no antidepressivo Citalopran, do Laboratório AB Farmo, que passou de R$ 57,52 para R$ 87,75, registrando aumento de 52,56% no período de abril de 2007 a março de 2008.

O levantamento também aponta alta no vasodilatador coronariano mononitrato de isossorbida, do laboratório Zydus, que passou de R$ 5,58 para R$ 6,70 (20,07%). O antiparasitário Mebendazol do laboratório Abbott foi reajustado em 11,04%, enquanto o anticoagulante Trombofob, do laboratório Knoll, passou de R$ 10,64 para R$ 11,81 (11%), e a pomada cicatrizante Hipoglós, do laboratório Procter & Gamble, foi reajustada em 8,26%.

Livres

A pesquisa do Idum constatou também aumentos acima da inflação nos remédios que não são controlados pelo governo, mas muito consumidos no país.

O Merthiolate (Laboratório DM) foi reajustado em 24,92%. O Melhoral (Laboratório DM) em 24,67%, e o Benegripp (Laboratório DM), em 10,25%.

Dentre os que têm preços liberados, o que mais aumentou foi o Resfriol do Laboratório Vitapan, que registrou aumento de 78,85%.

com folha


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