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01/02/2008 00:00:00

Polícia

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Apesar da Assembléia Geral tensa e da insatisfação de muitos delegados que não quiseram falar com a imprensa, a categoria decidiu – agora há pouco – pela suspensão da greve que seria deflagrada no dia de hoje. De acordo com o presidente da Associação dos Delegados da Polícia Civil (Adepol), Antônio Carlos Lessa, há uma nova assembléia marcada já para o dia 15 de fevereiro. “Queremos conversar com o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), já que o governador em exercício José Wanderley fechou a porta para a categoria”, salientou Lessa.

Alguns delegados saíram da Assembléia Geral entoando que a “categoria era fraca” pela decisão de recuo estratégico. Antônio Carlos Lessa comentou a insatisfação de alguns companheiros, ao colocar a decisão como a mais madura e acertada. “Existe a insatisfação de alguns, que é natural em uma assembléia, mas nós tomamos a decisão acertada. Não houve medo, nem pressão de ninguém. Nós pensamos na sociedade e queremos evitar um caos. Agimos em favor da sociedade e vamos trabalhar no carnaval para não agravar a crise na segurança pública”, destacou o delegado.

De acordo com Lessa, o deputado federal Francisco Tenório (PMN), que também é delegado, e o presidente da Assembléia Legislativa, Antônio Albuquerque (Democratas), se ofereceram para intermediar as negociações com Vilela, que se encontra viajando. “Não descartamos a greve, apenas suspendemos para tentar uma nova negociação diretamente com o chefe do Executivo. No momento, estamos atendendo a um clamor público da sociedade. A greve agora causaria um caos”, disse ainda o delegado.

Antônio Carlos Lessa negou que algum pedido em especial – como, por exemplo, o telefone recebido por Antônio Albuquerque – tenha influenciado na decisão de suspender a greve. “A categoria decidiu por ela mesmo”, salientou.

O grupo dos insatisfeitos temem que a suspensão de uma greve, que sequer teve início, possa enfraquecer o movimento que cobra o mesmo tratamento dado aos defensores e procuradores. Por conta do teto redutivo, os delegados chegariam a receber até R$ 11.500. “O impacto na folha é de 0,5%”, lembra o delegado Antônio Carlos Lessa.

A decisão de greve por parte dos delegados foi histórica e fez com que o Governo do Estado decretasse estado de “perigo iminente” por meio de um decreto em que a Polícia Militar passaria a fazer lavraturas de flagrante. Apesar da suspensão da paralisação, o presidente da Adepol destacou que a entidade pretende ainda pedir o fim do decreto junto ao Superior Tribunal de Justiça por – segundo ele – se tratar de ação inconstitucional.

“É preciso que se entenda que em respeito à população alagoana, nós vamos trabalhar neste Carnaval e pretendemos dar mais oportunidade do Governo do Estado negociar. Não há nenhum peso político nesta decisão”, ressaltou ainda o delegado.

O Alagoas 24 Horas tentou ouvir delegados que fazem parte do “grupo dos insatisfeitos” com a decisão da assembléia geral, mas como eles não quiseram se pronunciar, nossa equipe optou por não divulgar os nomes destes. Alguns saíram da assembléia revoltados com a direção da Adepol, colocando inclusive que esta tinha “se posicionado de forma covarde”.

com alagoas24horas.com.br // luis vilar



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