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17/01/2008 00:00:00

Saúde

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Nos primeiros dias, a infecção se apresenta na forma de abcessos que evoluem para bolhas, causando desfiguração e necrose. Se não for combatida a tempo, ataca órgãos como pulmões e coração, e se espalha facilmente pela corrente sangüínea. Uma nova forma da superbactéria conhecida como Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA USA300) saiu do ambiente hospitalar e se espalhou pelo distrito de Castro, uma comunidade gay de San Francisco, na Califórnia. Um em cada 588 moradores do bairro está infectado pelo microorganismo, resistente a seis tipos de antibióticos.

O alerta sobre o novo microorganismo foi publicado na revista científica Annals of Internal Medicine. O vietnamita Binh Diep — pesquisador do Departamento de Medicina da Universidade da Califórnia, San Francisco, e autor do artigo — afirmou que a bactéria tem a capacidade de se disseminar entre a população pelo contato pele a pele. “Ela afeta principalmente os homossexuais, nas nádegas e no órgão genital. Essa ‘superbactéria’ também vive na região do períneo, o que torna a transmissão sexual mais comum”, explicou.

De acordo com Diep, a maior parte dos antibióticos mais modernos são ineficientes no controle da doença. “A maioria das infecções envolve a pele e o tecido subcutâneo, e se manifesta sob a forma de abcessos”, comentou.

Em 2005, os Estados Unidos registraram 200 casos de MRSA resistente às drogas. Os pesquisadores afirmam que a incidência da superbactéria aumenta junto com o ressurgimento da sífilis, da gonorréia retal e de novos casos de contaminação pelo HIV, vírus da Aids. Comportamentos de risco, como o uso de drogas injetáveis e relações sexuais que provocam esfolamento da pele, contribuem com o avanço da doença.

Diep descarta que a superbactária MRSA se espalhe para outros países. Segundo os cientistas, a contaminação pode ser evitada por meio da limpeza das mãos e da área genital com água e sabonete. 

com Correio Braziliense