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Acidente
05/10/2025 22:00:00

Esperança Frágil entre os Civis de Gaza após Dois Anos de Conflito

Moradores da Faixa de Gaza mantêm uma esperança moderada por uma resolução pacífica, enquanto negociações entre Israel e Hamas continuam em meio a tensões renovadas

Esperança Frágil entre os Civis de Gaza após Dois Anos de Conflito

A população de Gaza vive com a expectativa de um fim para o conflito que assola a região há mais de dois anos.

Desde o ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2021, que resultou na morte de 1,2 mil israelenses e no sequestro de 251 civis, atualmente 48 deles ainda permanecem na Faixa.

A resposta israelense foi brutal, causando a morte de mais de 66 mil palestinos, conforme dados do Ministério da Saúde de Gaza. Nesse período, a crise se agravou, trazendo destruição e sofrimento incessantes.

Na manhã de 7 de outubro de 2023, uma tragédia marcou a rotina dos habitantes de Gaza, que tiveram suas vidas interrompidas pelo terror das explosões. A invasão do Hamas ao território israelense ocorreu por terra, mar e ar, deixando marcas de violência e dor.

Como consequência, o movimento islâmico palestino começou a demonstrar sinais de disposição para a paz, concordando com a libertação de reféns e aceitando alguns termos da proposta de resolução apresentada pelos Estados Unidos.

Nos dias atuais, o clima de negociação permanece tenso. Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, afirmou que o desarmamento de Gaza será uma prioridade, seja por meios diplomáticos ou militares, e prometeu buscar a libertação de todos os reféns nos próximos dias.

Donald Trump, ex-presidente, reforçou que nenhuma demora na implementação do plano será tolerada pelo governo israelense, aumentando a pressão sobre o Hamas.

Durante bombardeios na Cidade de Gaza em 9 de outubro de 2023, vastas colunas de fumaça subiam ao céu, símbolo da escalada dos ataques. Em sua rede social Truth Social, Trump declarou que, assim que o Hamas confirmar a trégua, ela entrará em vigor e a troca de prisioneiros ocorrerá imediatamente, destacando que a medida representa um passo mais próximo do fim de uma crise que dura três mil anos.

Na manhã de domingo (5) e na segunda-feira (6), as negociações entre Israel e Hamas continuam, especialmente sobre a libertação dos civis sequestrados. Netanyahu garantiu que a desmilitarização de Gaza será uma realidade, afirmando: "Hamas será desarmado, seja por meios diplomáticos, como o plano de Trump, ou por força militar."

Ele espera recuperar todos os reféns nas próximas horas. Por sua vez, Trump alertou que quaisquer atrasos na execução do plano serão considerados intoleráveis.

Na rotina de um jornalista palestino de 44 anos, Saber Nuraldin, a guerra se tornou uma presença constante. Após enterrar a amiga Zohara Al Saidi, de 19 anos, vítima de uma bomba lançada por um drone enquanto ela voltava para casa no campo de refugiados de Al-Shati, Nuraldin relata seu cotidiano de sofrimento.

Ele vive em uma barraca, alimentando-se uma vez por dia e lutando para proteger seus quatro filhos — três meninas e um menino. Em 2018, sua ex-esposa deixou Gaza para morar na Bélgica.

Ele expressa esperança por paz, apesar de sua desconfiança. "Perdemos a confiança em muito tempo. Ambos os lados poderiam ter evitado essa destruição e tantas perdas. Espero que a guerra cesse, para que a violência pare de uma vez por todas." No entanto, Nuraldin observa que a violência persiste, com 70 mortos apenas no dia 4 de outubro, sem sinais de trégua.

Outro relato é de Motasem Dalloul, de 46 anos, que, ao conversar com o Correio, ouve o zumbido constante de drones sobre Gaza. Ele descreve a guerra como uma experiência indescritível, marcada por perdas devastadoras, incluindo a morte de sua esposa e dois de seus filhos, Abu Baker, de dois anos, e Yahya, de quatro. Abu Baker e a mãe foram vítimas de um bombardeio, enquanto Yahya foi atingido na cabeça por um sniper e atropelado por um tanque.

Dalloul vê na decisão do Hamas de resistir ao que chama de genocídio uma medida de extrema importância.

Por outro lado, Abdel Fattah Al Buhairi, de 35 anos, pai de cinco filhos, vive momentos de terror, especialmente durante a invasão das forças israelenses em sua área. Ele relata que, ao ouvir os bombardeios, precisou arriscar sua vida para resgatar seus filhos, deixando-os sozinhos enquanto buscava salvá-los.

Abdel enfatiza que sua sobrevivência depende de doações e que muitas noites passaram sem se alimentar. Ele expressa esperança de um fim para o conflito, embora seja cético quanto à possibilidade de paz, confessando: "Desejo que haja paz, mas não tenho esperança de que isso aconteça tão cedo."