05/10/2025 15:45:59
Blog: O Acendedor de Lampiões
Há 2 horas

Alagoas enfrenta crescimento acelerado na população de idosos centenários

Dados do IBGE revelam aumento significativo de pessoas com 100 anos ou mais no Estado e na capital

Alagoas enfrenta crescimento acelerado na população de idosos centenários

De acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Alagoas registra atualmente 820 indivíduos com idade igual ou superior a um século, sendo 560 mulheres e 260 homens.

Na capital, Maceió, há 165 idosos nesse grupo, com predominância feminina: 130 mulheres contra 35 homens. Os dados referem-se ao censo de 2022. Neuza Barreto, de 102 anos, mantém-se ativa e com boa saúde, servindo de exemplo para seus familiares.

Ela nasceu em 9 de agosto de 1923, possui seis filhas e é a primeira de sua família a ultrapassar os 100 anos. Sua longevidade é atribuída a uma alimentação equilibrada e ao cuidado com o corpo.

Outro exemplo notável é José Francisco da Silva, nascido em 4 de agosto de 1917, agora com 108 anos. Natural do Distrito Munguba, em Santana do Mundaú, ele é casado com Grinauria Figueiredo da Silva, de 78 anos.

O idoso, que vive sem dependência de medicamentos, realiza suas tarefas diárias, como fazer compras, lavar roupas e preparar refeições, além de brincar com a assistente virtual Alexia para manter a mente ativa. A pesquisa do IBGE também mostra que, em uma década, a porcentagem de idosos na população alagoana cresceu de 6,3% para 8,3%, o que representa um aumento de 2 pontos percentuais.

Atualmente, aproximadamente 259.583 pessoas com mais de 65 anos vivem no Estado, numa população total de 3.127.511 habitantes. As mulheres representam cerca de 9,2% desse grupo, enquanto os homens correspondem a 7,4%. Maceió, por sua vez, passou a liderar o ranking municipal de envelhecimento.

Em 2012, a cidade tinha 5,9% de moradores com 65 anos ou mais, posição que manteve em 2022, agora com 8,6%. Do total de seus residentes, 82.380 de 957.916 habitantes são idosos, sempre com maior participação feminina. O avanço do envelhecimento populacional no Brasil é uma tendência que vem sendo observada há décadas, com projeções de que, em vinte anos, a maioria da população será composta por pessoas com mais de 60 anos.

Essa mudança demográfica sinaliza a diminuição do chamado bônus demográfico, quando a proporção de jovens e adultos ativos é maior, elevando o potencial de crescimento econômico. No entanto, esse período de vantagem começa a perder força há cerca de 50 anos e deve se extinguir antes de 2030, com o aumento de idosos e maior pressão sobre os sistemas de saúde e previdência social.

As estimativas são baseadas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), que não cobre todos os lares, mas realiza amostragens que possibilitam projeções confiáveis. Em Maceió, um exemplo de longevidade é Manoel Antônio dos Santos, que completou 100 anos em 17 de janeiro.

Com 18 filhos, vários netos e bisnetos, ele atribui sua saúde à ausência de vícios, como fumo e bebida, além de uma alimentação disciplinada. Seu futuro inclui o desejo de se aproximar mais da tecnologia, mantendo sua lucidez intacta. Outro centenário destacado é Wild Silva, que comemorou seu 100º aniversário em 13 de abril.

Ele é considerado o primeiro da sua linhagem a alcançar um século de vida, sendo viúvo, pai de três filhos, avô de cinco netos e bisavô de nove. A saúde de Neuza Barreto, de 102 anos, também chama atenção.

Nascida em 1923, ela mantém uma rotina saudável, cozinhando suas próprias refeições e cuidando de tarefas domésticas. Consciente, ela acredita que o segredo para uma vida longa é saber aproveitar cada momento.

Sua participação nas redes sociais também mostra sua conexão com o mundo moderno. Segundo o geriatra Denis Melo, alcançar 100 anos com qualidade de vida é possível, e essa longevidade vem se tornando cada vez mais comum. Ele destaca que fatores como uma rotina de atividades físicas, alimentação natural, convivência social e um propósito de vida são essenciais.

Ainda, reforça a importância do acesso a cuidados médicos preventivos, especialmente em regiões reconhecidas pela longevidade, como as chamadas 'zonas azuis' globais. Melo explica que, na maioria dos casos, as mulheres vivem mais por fatores biológicos, como os hormônios femininos, e por uma maior atenção às questões de saúde e social. Em Alagoas, essa predominância feminina também se confirma, refletindo uma combinação de aspectos genéticos e comportamentais.

Por outro lado, o Observatório do Idoso de Alagoas denuncia que os idosos ainda enfrentam negligência e falta de suporte adequado. Segundo o coordenador Francisco Silvestre, muitos são marginalizados, invisíveis e submetidos à tutela estatal, com poucos serviços específicos voltados à sua dignidade.

Ele afirma que o verdadeiro segredo para uma longevidade plena é a implementação de políticas públicas que promovam um envelhecimento saudável e respeitoso.



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