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Acidente
20/02/2025 13:00:00

EUA sugerem tropas do Brasil e da China para pacificar a Ucrânia, mas Pequim adota cautela

EUA sugerem tropas do Brasil e da China para pacificar a Ucrânia, mas Pequim adota cautela

O envio de uma força de paz ao território ucraniano dependeria de um cessar-fogo, mas a proposta enfrenta resistência, especialmente da Rússia.

Pequim evitou se posicionar diretamente sobre a possibilidade de enviar tropas para atuar como força de paz na Ucrânia, uma sugestão feita por autoridades de Washington que também inclui a participação de forças brasileiras, caso um cessar-fogo seja alcançado. A ideia gerou críticas e levantou questionamentos sobre o papel da China no conflito, conforme reportado pela Newsweek.

Essas forças poderiam ser posicionadas ao longo de uma eventual linha de cessar-fogo, criando uma zona de proteção. O Ministério das Relações Exteriores da China chamou a proposta de “hipotética” e reafirmou sua posição neutra em relação ao conflito. “A China sempre mantém uma posição justa sobre a crise na Ucrânia, e isso foi reafirmado em várias ocasiões”, declarou o porta-voz Guo Jiakun.

A ideia de enviar tropas chinesas e brasileiras foi mencionada em uma reportagem do The Economist, que informou que autoridades dos EUA discutiram a possibilidade de essas forças ficarem posicionadas ao longo de uma linha de cessar-fogo, em vez de tropas europeias. O vice-presidente americano, JD Vance, argumentou que uma força composta exclusivamente por europeus teria menos eficácia em conter novas ofensivas russas contra Kiev.

Um contingente de forças de paz do Brasil ou da China poderia complementar as tropas europeias, como as da França, que propuseram uma missão de apoio à Ucrânia longe da linha de frente. No entanto, dado que a Rússia se opõe à presença de tropas estrangeiras, a administração de Donald Trump teria que pressionar Vladimir Putin a aceitar concessões, segundo a mesma reportagem.

O Reino Unido e a Suécia se mostraram dispostos a enviar tropas de manutenção da paz à Ucrânia após um acordo de paz, segundo a agência ucraniana RBC-Ukraine. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou que o país está pronto para garantir a implementação do tratado, mesmo diante dos riscos para seus soldados. Por sua vez, a ministra das Relações Exteriores sueca, Maria Malmer Stenergard, declarou que seu país considera contribuir para a manutenção de uma paz duradoura, enviando tropas se necessário.

Críticas e reações

A proposta teve uma recepção cética e crítica, principalmente nas redes sociais. Branislav Slantchev, professor de ciência política na Universidade da Califórnia em San Diego, se manifestou, dizendo: “Esses idiotas estão realmente debatendo forças de paz da China, Índia e Bangladesh na Ucrânia?”, publicou no X.

Sari Arho Havrén, especialista em relações exteriores da China, também se mostrou cética. Ela ressaltou que a China e a Rússia mantêm uma estreita cooperação militar e econômica, classificando a ideia de tropas chinesas na Ucrânia como “raposa no galinheiro”.

China reafirma discurso de neutralidade

Diante das reações negativas, Pequim reiterou que não está diretamente envolvida no conflito e destacou seu histórico diplomático. “A China não é a criadora da crise na Ucrânia nem parte dela”, afirmou Guo Jiakun, acrescentando que o país tem buscado soluções diplomáticas desde o início da guerra.

Ele mencionou ainda a formação do grupo “Amigos pela Paz”, ao lado do Brasil e outras nações do Sul Global, como parte dos esforços para promover uma solução negociada. “A evolução da situação demonstra que nossa proposta é objetiva, imparcial e pragmática”, declarou.

Futuro incerto das negociações de paz

Até o momento, não há clareza sobre quando um cessar-fogo poderá ser alcançado na Ucrânia, nem se a sugestão de forças de paz chinesas e brasileiras será considerada viável pelas partes envolvidas. O debate sobre a participação da China no processo de paz, entretanto, já se tornou mais um ponto de tensão na geopolítica internacional.



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