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Justiça
20/02/2025 11:00:00

Júri reconhece insanidade mental de pai que matou filho com deficiência durante surto em Alagoas

Júri reconhece insanidade mental de pai que matou filho com deficiência durante surto em Alagoas

Um júri em São José da Laje, no interior de Alagoas, absolveu nesta quarta-feira (19) um pai acusado de matar o próprio filho, de 27 anos, que era cadeirante. O crime ocorreu em agosto de 2023, durante um surto psicótico. O réu foi considerado inimputável e será submetido a tratamento psiquiátrico no Centro de Atenção Psicossocial (CAPs), sob medida de segurança.

Defesa comprovou histórico de transtorno mental não tratado
A Defensoria Pública de Alagoas (DPE/AL) apresentou evidências de que o acusado já apresentava alterações comportamentais semanas antes do crime. Testemunhas relataram que ele ameaçou pessoas no centro da cidade e foi levado pela polícia a um hospital, mas não recebeu acompanhamento adequado. No dia do homicídio, policiais relataram que o homem estava confuso, não lembrava do ocorrido e falava de forma incoerente.

Vítima era cuidada pelo pai em condições precárias há 27 anos
O filho, que nasceu com deficiência e usava cadeira de rodas, vivia em um sítio isolado com o pai, em condições subumanas. O réu cuidava sozinho do jovem por décadas, situação que, segundo a defesa, contribuiu para o agravamento de seu estado mental. Após o crime, o pai foi encaminhado a um manicômio judiciário para avaliação psiquiátrica.

Laudo inicial foi contraditório, mas comportamento no julgamento reforçou tese de insanidade
Um laudo psiquiátrico inicial afirmou que o réu era capaz de responder pelo crime, mas o documento também descreveu comportamentos incompatíveis com a lucidez, como conversar sozinho durante o julgamento ao ver sua imagem na televisão. A Defensoria destacou que essas ações comprovam a incapacidade mental do acusado no momento do crime.

Justiça determina tratamento especializado em vez de prisão
Com a decisão do júri, o homem não será preso, mas permanecerá internado no CAPs para tratamento psiquiátrico contínuo. A Defensoria Pública ressaltou a importância de medidas que priorizem a saúde mental em casos semelhantes, evitando novas tragédias.



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