Principais jornais dos Estados Unidos destacaram as diferenças nas respostas jurídicas aos ex-presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump após alegações de tentativas de subverter resultados eleitorais. Enquanto Bolsonaro enfrenta denúncia criminal por suposta articulação de golpe de Estado no Brasil, Trump evitou consequências legais diretas após retornar ao poder.
Denúncia contra Bolsonaro avança no Brasil, enquanto Trump mantém imunidade nos EUA
A Procuradoria-Geral da República do Brasil denunciou Bolsonaro por suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022. O caso, que depende de aceitação do STF, contrasta com a realidade americana, onde a Suprema Corte garantiu ampla imunidade a Trump por ações durante seu mandato. O New York Times ressaltou que, se o processo seguir adiante, Bolsonaro poderá ser o terceiro presidente brasileiro em oito anos a enfrentar prisão.
Supremo brasileiro age de forma assertiva, enquanto corte americana protege Trump
O STF brasileiro tem sido ativo nas investigações contra Bolsonaro, ordenando prisões e censurando aliados do ex-presidente. Já nos EUA, a Suprema Corte americana decidiu proteger Trump de processos relacionados a sua conduta presidencial. O Washington Post destacou que, após o ataque ao Capitólio em 2021, Trump perdoou participantes do episódio, enquanto Bolsonaro enfrenta acusações formais por eventos similares no Brasil.
Jornais destacam risco de ditadura e plano "Punhal Verde Amarelo"
A denúncia de 272 páginas da PGR menciona um suposto plano para desestabilizar a democracia brasileira, incluindo até mesmo assassinatos de figuras como Lula e o ministro Alexandre de Moraes. O Guardian citou especialistas afirmando que Bolsonaro pode receber pena de 38 a 43 anos de prisão se condenado. O Financial Times lembrou que o ex-presidente já é inelegível até 2030 por ataques ao sistema eleitoral.
EUA sob Trump poderiam pressionar Brasil com tarifas, diz Wall Street Journal
O Wall Street Journal revelou que Bolsonaro contava com apoio de Trump para retomar o poder em 2026, sugerindo que o governo americano poderia usar sanções econômicas contra o Brasil. Pessoas próximas a Trump afirmaram que ele estaria disposto a aplicar tarifas contra países que considera usar "guerras jurídicas" contra opositores.
Caso argentino é excluído das acusações
O jornal La Nación, da Argentina, informou que Fernando Cerimedo, consultor ligado ao presidente Javier Milei e à família Bolsonaro, foi excluído da denúncia. Ele era acusado de disseminar desinformação durante as eleições de 2022, mas afirmou em redes sociais: "Nunca participei de nenhuma tentativa de golpe no Brasil".