Julgamento tenso do caso Kléber Malaquias: Delegado reafirma crime de mando e réu acusa polícia de forjar provas

O julgamento dos acusados pelo assassinato do ativista político Kléber Malaquias de Oliveira teve início no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, em Maceió. Os réus, José Mário de Lima Silva, Edinaldo Estevão de Lima, Fredson José dos Santos e Marcelo José Souza da Silva, são acusados de homicídio duplamente qualificado.

O primeiro depoimento foi do ex-delegado do caso, Lucimério Campos, que denunciou ter sofrido "interferência política" para ser afastado do inquérito. O delegado afirmou ter certeza da interferência de políticos, mas se recusou a revelar os nomes.

Em seu depoimento, Lucimério Campos reafirmou que se tratava de um crime de mando e que os autores dos disparos contra Kléber Malaquias teriam sido pagos pelo serviço. A vítima era conhecida por fazer denúncias contra políticos e autoridades, o que pode ter sido a motivação do crime.

Um dos réus, o sargento da Polícia Militar de Alagoas, José Mário, afirmou que os delegados Lucimério e Zé Carlos mentiram e que o delegado Lucimério forjou provas contra ele. O réu disse que era oposição ao então prefeito de Rio Largo e amigo de Kleber Malaquias.

O coronel da Polícia Militar de Alagoas, Rocha Lima, também foi ouvido como testemunha pela defesa e disse que o delegado Lucimério Campos se equivocou ao relatar o que ele teria feito enquanto comandante de Rio Largo, época do crime.

O Tribunal do Júri também ouviu o delegado acusado pelo MP/AL de inserir provas forjadas no inquérito do assassinato. De acordo com a denúncia, o delegado teria inserido provas falsas para atribuir o crime a um policial já falecido.

O júri popular dos quatro réus denunciados pela morte de Kléber Malaquias teve início no Fórum do Barro Duro, em Maceió, com a primeira fase dedicada à oitiva das testemunhas do caso. O crime ocorreu em 15 de julho de 2020, quando Kleber Malaquias foi assassinado com dois tiros dentro de um bar em Rio Largo. A vítima era conhecida por fazer diversas denúncias contra políticos e por fornecer informações à polícia e ao MP/AL.