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18/02/2025 15:32:00

Casos de gonorreia e sífilis atingem nível recorde na Europa, enquanto clamídia apresenta queda inesperada

Casos de gonorreia e sífilis atingem nível recorde na Europa, enquanto clamídia apresenta queda inesperada

As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) vêm crescendo em todas as nações europeias, conforme apontam os dados mais recentes do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC). O relatório anual de 2023 revela que as taxas de infecções bacterianas, como gonorreia e sífilis, aumentaram significativamente na União Europeia e no Espaço Econômico Europeu. Um recorde de quase 100 mil novos casos de gonorreia foi registrado, superando os cerca de 74 mil de 2022. O número representa mais de quatro vezes o total de dez anos atrás.

As infecções por gonorreia foram mais frequentes entre mulheres de 20 a 24 anos e homens de 25 a 34 anos, sendo que os homens que mantêm relações homossexuais corresponderam a mais da metade dos casos. Já as taxas de sífilis aumentaram 13% em relação a 2022, com mais de 40 mil casos registrados, novamente afetando majoritariamente homens homossexuais. Por outro lado, a clamídia continua sendo a IST mais comum na Europa, embora os números pareçam estar em declínio. A doença tem prevalência especialmente alta entre jovens de 20 a 24 anos, com 577 casos para cada 100 mil habitantes.

Especialistas atribuem o aumento das ISTs principalmente à redução do uso de preservativos, especialmente entre os mais jovens. De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde publicado em 2024, um quinto dos meninos e um sétimo das meninas de 15 anos afirmaram ser sexualmente ativos, e cerca de 30% desse grupo declarou não usar nenhum método contraceptivo. Há também a possibilidade de que a melhoria nos testes e na detecção das doenças esteja contribuindo para o aumento dos registros de casos.

Embora os homens homossexuais sejam os mais afetados pelas ISTs bacterianas, eles também estão entre os que mais realizam exames regulares e buscam tratamento. Muitos fazem testes trimestrais como parte da profilaxia pré-exposição ao HIV. Ao mesmo tempo, cresce a conscientização sobre essas infecções entre jovens heterossexuais, o que pode estar levando mais pessoas a se testarem e a receberem diagnóstico.

O aumento da gonorreia e da sífilis contrasta com a queda dos casos de clamídia, algo que intriga os pesquisadores, já que essas doenças são transmitidas de maneira semelhante. Cientistas europeus utilizam sequenciamento genético para analisar mutações em bactérias e tentar compreender as razões dessas tendências. Até o momento, não há explicação definitiva para o fenômeno.

A adoção de práticas de sexo seguro continua sendo a recomendação central dos especialistas para conter a disseminação das ISTs. Além do uso de preservativos, é essencial que os indivíduos sexualmente ativos realizem testes regulares, especialmente após relações sem proteção com novos parceiros. Conversas abertas sobre o tema e a redução do estigma em torno das ISTs são fundamentais para incentivar a prevenção e o tratamento adequado.



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