O uso excessivo de celulares tem sido um tema amplamente discutido, especialmente no que diz respeito a crianças e adolescentes. No entanto, um grupo que também merece atenção nesse debate é o de idosos. Cada vez mais conectados, eles podem enfrentar problemas decorrentes do tempo excessivo de tela, como impactos na saúde mental, dificuldades de sono e isolamento social.
Especialistas reconhecem que o celular pode ser um aliado na terceira idade, permitindo a comunicação com familiares, o acesso à informação e o estímulo cognitivo. No entanto, o uso sem moderação pode levar à redução de interações presenciais, ao sedentarismo e até mesmo ao vício digital. O especialista em Tecnologia e Inovação Arthur Igreja destaca que o design dos aplicativos é um fator determinante para o tempo prolongado de utilização, já que são projetados para estimular gatilhos cerebrais e prolongar o consumo.
A matéria do Correio Braziliense apresenta exemplos de idosos que utilizam o celular de forma excessiva, como a funcionária pública Gerusa Freire, que passa horas jogando no smartphone durante o trajeto para o trabalho, e o aposentado Valmir Ferreira, que utiliza o aparelho para se manter informado, mas reconhece o risco de cair na armadilha de passar o dia todo no celular.
Esses exemplos ilustram como o uso excessivo de telas pode afetar a vida dos idosos, distraindo-os do ambiente ao redor, como no caso de Gerusa, ou levando-os a negligenciar outras atividades importantes, como no caso de Maria dos Santos, que quase queimou a comida ao se distrair com o celular.
A dependência do celular pode trazer diversos impactos negativos para a saúde cognitiva dos idosos, afetando a memória, a concentração e tornando-os mais suscetíveis à distração e à dependência digital. Além disso, o uso excessivo de telas pode prejudicar o sono, já que a luz azul emitida pelos aparelhos interfere na produção de melatonina, hormônio responsável por regular o sono.
No âmbito social, o uso excessivo do celular pode agravar o isolamento social, um problema já comum na terceira idade. Ao invés de promover a interação social, o celular pode acabar substituindo o convívio humano, limitando o contato a mensagens curtas e superficiais.
A superutilização dos dispositivos móveis pode trazer impactos negativos para o bem-estar físico e mental dos idosos. No aspecto físico, os principais problemas são as dores musculares e articulares, decorrentes da postura inadequada ao segurar o aparelho por longos períodos. Já no aspecto mental, observa-se um aumento da ansiedade e uma piora cognitiva, especialmente quando o celular se torna a principal fonte de informação.
A falta de familiaridade com a tecnologia torna os idosos mais vulneráveis a fake news e golpes digitais. Por terem tido pouco contato com a tecnologia ao longo da vida, eles podem ter dificuldade em?? informações falsas e cair em golpes online.
A matéria do Correio Braziliense apresenta algumas estratégias para reduzir a dependência digital, como manter o celular longe em momentos de socialização, ativar o modo "hora de dormir" do aparelho e identificar gatilhos que levam ao uso excessivo. Em casos mais graves, terapias como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e, se necessário, o uso de medicamentos podem ajudar no controle da compulsão digital.
A matéria destaca a importância da convivência familiar e social na redução do tempo de tela dos idosos. A interação com familiares e amigos, bem como a participação em atividades sociais, como centros de convivência e trabalhos comunitários, podem ajudar a combater o isolamento social e a reduzir a dependência do celular.
O uso excessivo de telas é um problema que afeta pessoas de todas as idades, incluindo os idosos. É importante estar atento aos sinais de dependência digital e adotar estratégias para reduzir o tempo de tela, priorizando o convívio social e atividades que promovam o bem-estar físico e mental. A conscientização sobre os riscos e a busca por um equilíbrio no uso da tecnologia são fundamentais para garantir uma melhor qualidade de vida na terceira idade.