25/03/2025 23:00:24

Acidente
15/02/2025 18:00:00

Palestinos temem que Cisjordânia vire segunda Gaza

Palestinos temem que Cisjordânia vire segunda Gaza

**Operação Militar em Grande Escala**

Em 21 de janeiro de 2025, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou uma "operação militar significativa e em grande escala" contra militantes palestinos em Jenin, logo após um cessar-fogo temporário e um acordo de libertação de reféns. Desde então, a ofensiva se expandiu para outras áreas da Cisjordânia, como Tulkarem, onde dois campos de refugiados, incluindo Nur Shams, abrigam palestinos desalojados desde a criação do Estado de Israel em 1948.

A intensidade das operações "antiterrorismo" das Forças de Defesa Israelenses (IDF) aumentou significativamente após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. A última operação incluiu ataques aéreos, incursões terrestres, destruição de infraestrutura, expulsões em massa, mortes e prisões. O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, declarou: "O campo de Jenin não voltará a ser o que era. Depois de completada a operação, as tropas da IDF permanecerão lá para assegurar que o terrorismo não volte."

**Medo de uma Segunda Gaza**
A população local teme que a Cisjordânia se transforme em uma segunda Faixa de Gaza, com destruição generalizada e deslocamento em massa. Segundo a ONU, mais de 40 mil refugiados palestinos foram forçados a deixar seus lares. Em Tulkarem, pelo menos nove pessoas morreram, incluindo uma mulher grávida de 23 anos e seu bebê não nascido.

Umm Mohammed, residente do campo de Tulkarem, descreve o aumento da violência: "Cada vez é mais forte do que a anterior. A gente toda estava chorando de medo e terror." Sua família foi obrigada a abandonar sua casa e agora vive em um clube esportivo local, dependendo de doações de roupas e cobertores.

**Impacto na Vida Cotidiana**
A ofensiva israelense também trouxe fechamentos prolongados e horas de espera nos postos de controle militares, dificultando a vida de mais de 3 milhões de palestinos na Cisjordânia. Ahmed, filho de Umm Mohammed, questiona a justificativa das ações israelenses: "Quando estou na minha casa, eu devia me sentir seguro. Você vem, como soldado ocupador, e me expulsa. Com que direito? Tem alguém armado aqui?"

A destruição de infraestrutura e residências em Jenin e Tulkarem lembra a devastação vista em Gaza após conflitos anteriores. As IDF alegam que os prédios destruídos abrigavam postos de vigilância, laboratórios de explosivos e outras infraestruturas terroristas. No entanto, para muitos moradores, a operação representa uma punição coletiva.

**Incerteza e Desespero**
Umm Mohammed acompanha as notícias diariamente, na esperança de poder voltar para casa. Ela também se preocupa com os animais de estimação da família, deixados para trás. Com a vizinhança vazia, não há ninguém para cuidar deles, e ninguém sabe quanto tempo a situação vai durar.

A operação militar israelense na Cisjordânia sinaliza uma possível mudança de curso na política regional, com implicações profundas para a população palestina. Enquanto isso, o medo e a incerteza dominam a vida dos moradores, que lutam para sobreviver em meio à crescente violência e destruição.



Enquete
Você acreedita que Bolsonaro armou um golpe de estado?
Total de votos: 91
Google News