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Congresso Nacional
15/02/2025 02:00:00

PEC que parcela dívida de municípios com Previdência deve avançar neste semestre

PEC que parcela dívida de municípios com Previdência deve avançar neste semestre

Os municípios com dívidas junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão próximos de uma nova oportunidade de parcelamento, com prazos de pagamento de até 25 anos. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/2023, já aprovada no Senado, deve avançar na Câmara dos Deputados, segundo o presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB).

Apresentada pelo senador Jader Barbalho (MDB-PA), a proposta busca aliviar as finanças municipais. O compromisso de análise foi anunciado durante o Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, realizado em Brasília, que contou com a presença do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Municípios em situação irregular enfrentam dificuldades para receber transferências de emendas parlamentares. Além disso, os que já aderiram a parcelamentos anteriores, como os de 2017 e 2021, têm descontos nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), usados para quitar dívidas previdenciárias. O senador Carlos Portinho (PL-RJ) destacou o impacto dessa redução nas contas municipais.

“O FPM é a principal fonte de receita de 70% dos municípios, segundo estimativas da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Essa PEC é essencial para que as cidades possam enfrentar a crise fiscal”, afirmou Portinho.

Limites para o parcelamento

A PEC cria limites para o pagamento das dívidas previdenciárias e de precatórios — ordens judiciais de pagamento contra municípios decorrentes de ações judiciais, como desapropriações, salários atrasados e pensões.

Como a maioria dos municípios não possui Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), seus servidores estão vinculados ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), administrado pela União. As dívidas referem-se a valores que os municípios deixaram de recolher ao INSS.

O parcelamento seguirá dois critérios, optando-se pelo mais vantajoso:

  • 1% da receita corrente líquida anual; ou
  • O valor da dívida dividido por 300 meses (25 anos), com possibilidade de extensão por mais cinco anos, se necessário.

A dívida será corrigida pela taxa Selic. O não pagamento por três meses consecutivos ou seis meses alternados pode resultar na suspensão do benefício e na responsabilização do prefeito por improbidade administrativa, segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Reforma da Previdência

A PEC também busca alinhar estados e municípios à reforma da Previdência de 2019. Eles terão 18 meses para adotar regras semelhantes às da União, como idade mínima para aposentadoria e novos cálculos para benefícios. Caso contrário, as regras federais serão aplicadas automaticamente.

Para aderir ao parcelamento das dívidas com seus RPPS, os municípios deverão comprovar, em até 15 meses, a adesão a um Programa de Regularidade Previdenciária a ser criado pelo governo federal. Além disso, precisarão instituir algumas regras do RGPS da União, como a previdência complementar.

Precatórios

Os municípios com precatórios atrasados equivalentes a menos de 30% da receita corrente líquida terão limites para os pagamentos, que serão menores para aqueles com menos dívidas em atraso. A tabela de limites será válida até 2030, podendo ser ampliada caso os atrasos persistam.

Caso haja previsão específica de pagamento no orçamento municipal, o gasto poderá ultrapassar o teto estabelecido. Segundo o senador Carlos Portinho, “a medida traz mais segurança para os municípios que estão em dia com suas dívidas e incentiva a redução dos estoques de precatórios”.

Se os recursos para os pagamentos não forem liberados, o município poderá ser impedido de receber transferências voluntárias da União.

Fonte de pagamento

A PEC determina que 40% dos recursos da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) sejam destinados ao pagamento de precatórios e dívidas previdenciárias. A Cfem corresponde à participação dos entes na arrecadação gerada pela exploração de petróleo e minerais.

Em 2024, os municípios receberam um total de R$ 4,4 bilhões da Cfem, segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da fonte)

 



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