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Obituário
14/02/2025 10:20:00

Cineasta Alagoano Cacá Diegues morre aos 84 anos no Rio de Janeiro

Ele sofreu complicações após cirurgia

Cineasta Alagoano Cacá Diegues morre aos 84 anos no Rio de Janeiro


O cineasta alagoano Cacá Diegues (Carlos José Fontes Diegues) morreu nesta sexta-feira (14), aos 84 anos, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela Academia Brasileira de Letras (ABL). A causa da morte foram complicações decorrentes de uma cirurgia.

Um dos precursores do movimento Cinema Novo, Carlos Diegues nasceu em 19 de maio de 1940, em Maceió (AL), e mudou-se com a família para o Rio de Janeiro aos seis anos de idade.

Ele iniciou sua trajetória no cinema durante o período em que estudava no Diretório Estudantil da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio), onde fundou um cineclube e começou a produzir filmes amadores ao lado de colegas como Arnaldo Jabor.

O cineclube tornou-se um dos núcleos de fundação do Cinema Novo, movimento influenciado pelo neorrealismo italiano e pela Nouvelle Vague francesa. O Cinema Novo destacou-se pelas críticas políticas e sociais, especialmente durante a ditadura militar.

Produções marcantes

Entre as produções de Diegues no Cinema Novo estão Ganga Zumba (1964), A Grande Cidade (1966) e Os Herdeiros (1969). Em 1969, devido à sua participação na resistência intelectual e política contra a ditadura, Cacá Diegues foi para a Europa, onde viveu até a década de 70.

Ao retornar ao Brasil, dirigiu filmes como Quando o Carnaval Chegar (1972), Joanna Francesa (1973), Xica da Silva (1976), Chuvas de Verão (1978) e Bye Bye, Brasil (1980).

Durante o período de retomada do cinema brasileiro, lançou longas como Tieta do Agreste (1996), Orfeu (1999) e Deus é Brasileiro (2002). Seu último filme como diretor foi O Grande Circo Místico (2018).

Ao longo de sua carreira, Cacá Diegues recebeu prêmios em diversos festivais nacionais e internacionais. Em 2018, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de Nelson Pereira dos Santos.

“A obra de Cacá Diegues equilibrou popularidade e profundidade artística, abordando temas sociais e culturais com sensibilidade. Durante a ditadura militar, viveu no exílio, mas manteve-se sempre ativo no debate sobre política, cultura e cinema. A ABL expressa solidariedade à esposa, Renata Almeida Magalhães, e aos filhos”, declarou a instituição em nota oficial divulgada nas redes sociais.



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