O Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2024, divulgado pela Transparência Internacional, destaca que a corrupção tem dificultado a luta contra as mudanças climáticas, tornando-se um obstáculo à proteção ambiental. O Brasil registrou sua pior posição na história do levantamento, ficando em 107º lugar entre 180 países, com 34 pontos – abaixo da média global de 43 e da média das Américas, que é de 42.
Impactos da corrupção no meio ambiente
O relatório mostra que a corrupção facilita crimes ambientais como desmatamento ilegal, tráfico de animais silvestres e exploração de recursos naturais sem fiscalização. No Brasil, foram identificados 24 casos de fraude e lavagem de dinheiro ligados ao tráfico de animais. O documento também menciona casos em outros países, como extração ilegal de madeira no Equador e mineração ilegal no Chile e na Colômbia.
Relação entre corrupção e políticas climáticas
A diretora executiva da Transparência Internacional, Maíra Martini, alerta para a necessidade de governos e organizações multilaterais incluírem o combate à corrupção em suas estratégias ambientais. Segundo o estudo, a influência de grandes empresas de petróleo e gás sobre governos tem dificultado a implementação de políticas climáticas eficazes.
Casos globais de corrupção ambiental
Democracias fortes lideram ranking de transparência
Países com democracias consolidadas e instituições independentes obtiveram as melhores notas. A Dinamarca lidera o ranking pelo sétimo ano consecutivo, com 90 pontos, seguida por Finlândia, Cingapura, Nova Zelândia e Suíça. No outro extremo, nações afetadas por conflitos, como Sudão do Sul, Somália e Venezuela, estão entre as mais corruptas.
Ambientalistas sob ameaça
O relatório também alerta para os riscos enfrentados por defensores do meio ambiente em países onde a corrupção é elevada. Desde 2019, mais de 1.000 ativistas ambientais foram assassinados, a maioria em nações com pontuação abaixo de 50 no IPC.
Conclusão
A Transparência Internacional reforça que a corrupção é uma ameaça crescente que impacta não apenas o desenvolvimento econômico, mas também a democracia, os direitos humanos e a sustentabilidade ambiental. O combate à corrupção precisa ser uma prioridade global para garantir um mundo mais justo e ambientalmente equilibrado.