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11/02/2025 20:00:00

Possível Taxação do Aço pelos Estados Unidos Pode Afetar Exportações Brasileiras

Possível Taxação do Aço pelos Estados Unidos Pode Afetar Exportações Brasileiras

A possível imposição de uma taxa de vinte e cinco por cento sobre as importações de aço e alumínio pelos Estados Unidos pode impactar a produção brasileira nesses setores, segundo especialistas entrevistados pela Agência Brasil.

Os Estados Unidos são o principal destino das exportações brasileiras de aço. Em dois mil e vinte e dois, o país comprou quarenta e nove por cento do aço exportado pelo Brasil, segundo o Instituto Aço Brasil. Em dois mil e vinte e quatro, apenas o Canadá superou o Brasil como maior fornecedor de aço para o mercado norte-americano.

No caso do alumínio, a dependência do Brasil em relação aos Estados Unidos é menor. Em dois mil e vinte e três, o país foi destino de quinze por cento das exportações brasileiras do metal, enquanto o Canadá liderou com vinte e oito por cento das compras, segundo dados da Associação Brasileira do Alumínio.

Impacto na Economia Brasileira

O professor Luiz Carlos Delorme Prado, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, afirmou que a possível taxação pode prejudicar as indústrias afetadas, mas não deve gerar grandes impactos na economia brasileira como um todo. Ele ressaltou que o Brasil pode redirecionar suas exportações para outros mercados ou aumentar o consumo interno de aço.

O impacto no setor de alumínio seria ainda menor, segundo Prado. No entanto, a redução das exportações do Canadá para os Estados Unidos pode afetar indiretamente os embarques brasileiros para o mercado canadense.

Já o economista Igor Lucena, doutor em relações internacionais e CEO da Amero Consulting, alertou que, caso a taxação resulte em queda na produção nacional de aço e alumínio, isso pode levar a perdas econômicas, redução da produtividade e demissões. Segundo ele, essa retração pode afetar a balança comercial brasileira e ter reflexos no Produto Interno Bruto.

Brasil Pode Retaliar

O governo brasileiro aguarda a confirmação oficial da taxação pelos Estados Unidos para se manifestar. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o país avaliará as medidas a serem tomadas.

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o Brasil pode adotar medidas de reciprocidade, aumentando as tarifas sobre produtos norte-americanos consumidos no mercado brasileiro. Segundo ele, essa seria uma forma de proteger a economia nacional.

Medida Protecionista e Seus Efeitos

Especialistas apontam que a medida do governo de Donald Trump pode ter como objetivo fortalecer a indústria siderúrgica dos Estados Unidos ao encarecer o aço importado. No entanto, o economista Igor Lucena destacou que essa política pode ter efeitos negativos para a própria economia norte-americana, encarecendo insumos e prejudicando setores que dependem do aço.

O professor Luiz Carlos Prado ressaltou que esse tipo de estratégia pode gerar instabilidade na economia global, reduzindo investimentos e provocando retaliações comerciais de outros países. Ele destacou que, se o Brasil não reagir, pode se tornar mais vulnerável a novas pressões comerciais.

Durante seu primeiro mandato, Donald Trump já havia imposto tarifas sobre aço e alumínio, mas posteriormente concedeu cotas de isenção para alguns parceiros comerciais, incluindo Brasil, Canadá e México, principais fornecedores desses produtos aos Estados Unidos.