06/10/2025 08:10:25

Saúde
10/02/2025 10:00:00

Limerência: quando a paixão se torna uma obsessão

Limerência: quando a paixão se torna uma obsessão

A limerência é um estado psicológico caracterizado por um desejo involuntário, intenso e obsessivo por outra pessoa. Esse sentimento pode afetar a vida cotidiana, causando sofrimento emocional significativo e impactos negativos tanto para quem sente quanto para o "objeto limerente" — a pessoa idealizada.

O conceito foi introduzido pela psicóloga Dorothy Tennov em 1979, em seu livro Love and Limerence: The Experience of Being in Love. Diferente do amor romântico, a limerência é impulsionada por incerteza e fixação, sendo mais comum em pessoas com ansiedade ou depressão.

Características e estágios da limerência

Uma pessoa em estado de limerência idealiza intensamente o objeto de sua paixão, ignorando falhas e tornando seu humor dependente de sinais de aceitação ou rejeição. Os pensamentos sobre essa pessoa são intrusivos e podem se tornar obsessivo-compulsivos.

A limerência passa por três estágios principais:

  1. Paixão – fase inicial de atração e idealização da pessoa.
  2. Cristalização – estágio em que a obsessão se intensifica, acompanhada de ansiedade e euforia ou desespero.
  3. Deterioração – quando o apego começa a desaparecer.

Pessoas com estilos de apego ansiosos, que têm medo da rejeição e necessidade constante de validação, tendem a ser mais vulneráveis à limerência. Esse padrão pode dificultar o desenvolvimento de relacionamentos saudáveis.

Como lidar com a limerência

Embora ainda pouco pesquisada, a limerência pode ser trabalhada com terapias como a cognitivo-comportamental (TCC) e a de aceitação e compromisso (ACT), que ajudam a modificar padrões de pensamento e regular emoções.

Algumas estratégias para lidar com a limerência incluem:

  • Reconhecimento do problema – entender que a limerência não é amor genuíno e evitar julgamentos sobre si mesmo.
  • Autoconsciência – identificar gatilhos e padrões de comportamento para evitar recaídas.
  • Estabelecimento de limites – reduzir a exposição ao objeto limerente para quebrar o ciclo da obsessão.
  • Autocompaixão e paciência – aceitar as emoções sem culpa e focar no crescimento pessoal.

A internet tem proporcionado mais espaços para que pessoas compartilhem experiências e encontrem apoio, mas ainda há necessidade de mais estudos e conscientização sobre a limerência. Com o devido suporte, é possível aprender a diferenciar a paixão saudável da obsessão e construir relações mais equilibradas.