O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem adiado ao máximo as definições sobre a reforma ministerial, mas já sinalizou que Alexandre Silveira, de Minas e Energia, e José Múcio, da Defesa, permanecerão no governo. Enquanto isso, outras pastas seguem indefinidas, com o Centrão cobrando mais participação após a vitória expressiva nas eleições municipais. As mudanças devem ocorrer até março.
Entre os cargos mais visados pelo Centrão está a Secretaria de Relações Institucionais, atualmente ocupada por Alexandre Padilha. Aliados do governo defendem sua permanência, mas partidos do bloco querem indicar o deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL) para o posto. Outra alternativa seria conceder a liderança do governo na Câmara ao MDB, substituindo José Guimarães (PT-CE).
A cobiçada pasta da Saúde, que tem o maior orçamento da Esplanada, também está no centro das negociações. Lula resiste a remover Nísia Trindade, mas Padilha surge como opção caso o presidente decida por mudanças.
Outros nomes fortes no cenário político, como Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também são cotados para compor o governo. Lira já foi mencionado para Agricultura e Relações Institucionais, mas enfrenta resistência dentro do governo. Pacheco, por sua vez, pode assumir Justiça ou Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, mas sua possível candidatura ao governo de Minas Gerais em 2026 pesa na decisão.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, também pode ser substituída por Luciana Santos, atual titular de Ciência e Tecnologia, abrindo mais espaço para o Centrão.
Embora aliados e parlamentares especulem sobre as mudanças, a palavra final cabe a Lula, que pretende discutir a reforma ministerial ao longo de fevereiro e anunciar as trocas até março. O presidente busca equilibrar interesses políticos sem comprometer sua base, enquanto precisa garantir apoio para aprovar pautas estratégicas no Congresso. O desafio agora é reorganizar seu governo sem ceder completamente às pressões do Centrão.