O Palácio do Planalto desmentiu, nesta sexta-feira (7), qualquer estudo sobre o aumento do valor do Bolsa Família. A declaração veio após o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmar, em entrevista ao site Deutsche Welle, que a medida estava sendo analisada pelo governo.
Em comunicado oficial, a Casa Civil, comandada por Rui Costa, afirmou que o tema não está em pauta e não será discutido.
Declarações conflitantes
Na entrevista concedida mais cedo, Wellington Dias declarou que um possível reajuste do benefício "estava na mesa" e que "a decisão seria tomada até o final de março". A fala repercutiu amplamente, especialmente diante da preocupação do governo com a alta dos preços dos alimentos, um dos fatores que pressionam a inflação.
No entanto, horas depois, o próprio ministro emitiu nota reforçando que não há estudo em andamento para um reajuste e que não há nenhuma agenda prevista para tratar do assunto. Ele destacou que o foco da pasta segue sendo a proteção social da população em situação de vulnerabilidade, sempre em alinhamento com as diretrizes do governo federal e a responsabilidade fiscal.
Crise interna e possível troca no ministério
A declaração de Wellington Dias gerou desconforto no governo. O presidente Lula, ao tomar conhecimento da entrevista, entrou em contato pessoalmente com o ministro para repreendê-lo.
O episódio fortalece a ala que defende mudanças na equipe ministerial, especialmente na pasta de Desenvolvimento e Assistência Social, que administra o Bolsa Família. O ministério é alvo de interesse do "Centrão", mas Lula resiste em entregá-lo a aliados fora da sua base mais próxima.
Com a reforma ministerial prevista para as próximas semanas, a situação de Wellington Dias se torna ainda mais delicada, podendo resultar na sua substituição no comando da pasta.