Delegado da PF aciona a Eletrobras na Justiça por danos morais

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teresa Cristina

O corte indevido no fornecimento de energia fará com que um consumidor da Eletrobras acione a justiça contra a empresa. No último dia 18, o delegado federal Felipe Correia recebeu um telefonema de sua empregada doméstica informando que um prestador de serviço da companhia estava em seu prédio, no bairro da Pajuçara.

“Estava trabalhando e a minha empregada ligou dizendo que iam cortar a energia. Fui lá para saber o que estava acontecendo, já que não havia nenhum débito”, disse Correia à reportagem do CadaMinuto.

O delegado explicou que desde que se mudou para o apartamento onde hoje mora algumas contas de energia não chegaram. Ele recebeu um comunicado da Eletrobrás informando que as faturas chegariam depois porque o sistema de leitura de consumo estava passando por  ajustes.

“Em janeiro, recebi uma conta no valor de cerca de R$ 600 e achei que eram os valores referentes aos meses anteriores. Em fevereiro, a conta chegou no valor de R$ 300 e não havia aviso nenhum de débito ou corte”, relatou o delegado.

Correia contou também que foi à Eletrobras para solicitar o religamento da energia. “Fui informado que o valor da taxa era de R$ 20 e depois precisei pagar R$ 72. Tudo isso foi um absurdo. Além do péssimo serviço que a Eletrobrás oferece aos alagoanos, situações como essa não podem acontecer. Imagine quantas pessoas passam por isso, mas não procuram a Justiça”, disse o delegado complementando que ingressará na Justiça por danos morais.

No dia em que a energia de seu apartamento foi cortado, Correia se preparava para comemorar o aniversário do filho. “Além de todo o aborrecimento e constrangimento, tivemos que cancelar a festa”, afirmou.

A assessoria da Eletrobras informou que o corte foi feito por haver débitos. A empresa informou ainda que os avisos foram enviados na fatura.

“A grande questão é que não me foi avisado nada. Não tive direito nem de apresentar as contas que paguei”, finalizou o delegado. Correia complementou que acionou a Polícia Militar. 

A reportagem do CadaMinuto teve acesso às contas e constatou que o consumidor não foi informado sobre a existência de débitos. 

Depois da publicação da matéria, a assessoria da Eletrobrás entrou em contato com a redação do CadaMinuto e enviou a nota abaixo publicada.

Nota de esclarecimento

"A Eletrobras Distribuição Alagoas reforça que o consumidor citado na reportagem do Cada Minuto teve a energia suspensa por inadimplência. Na data da suspensão do fornecimento constavam quatro faturas em aberto. A empresa esclarece que todas as contas foram faturadas normalmente, sempre de acordo com o consumo do mês, tanto que os outros condôminos do mesmo prédio estão adimplentes. A taxa de religação de urgência para unidades consumidoras atendidas em ligação trifásica, tarifada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), custa R$ 71,83.

A Eletrobras reforça que todos os consumidores inadimplentes são avisados do débito na fatura do mês subsequente. No caso desse cliente, as contas que motivaram a suspensão do fornecimento, só foram apresentadas no posto de atendimento, no ato da solicitação de religação, com data e hora do pagamento posterior ao corte, comprovando que havia inadimplência.

A empresa informa ainda que esse mesmo consumidor impediu a equipe da Eletrobras de deixar o prédio, após ter realizado o corte. Os técnicos tiveram de passar aproximadamente duas horas para sair do local e só conseguiram deixar a unidade consumidora após a chegada da Polícia Militar, que foi acionada pela Eletrobras".