Policiais do Batalhão de Eventos prenderam na tarde deste sábado (15), no morro do Ari, comunidade que fica no bairro do Jacintinho, um homem acusado de sequestrar e estuprar uma menina de 11 anos, no mesmo bairro. Ao ser detido, os militares encontraram a menina escondida dentro do guarda-roupa do acusado e outras duas crianças dentro da casa.
Segundo Valeria Vieira Silva, mãe de E.J.V.O., de onze anos, a menina participava de um projeto social todos os sábados de manhã e ia até a casa da avó por volta das 8h para que ela a acompanhasse. Como a menina não apareceu, a avó entrou em contato com a dona de casa perguntando pela neta.
O desespero só cresceu depois que uma conhecida da senhora, que mora vizinha ao caminhoneiro José Moura de Andrade, de 47 anos, ligou para a família e avisou que tinha visto a menina entrar na casa do motorista e depois percebeu que todas as portas da residência tinham sido fechadas. Aflita,Valeria foi até o batalhão policial e pediu que os militares a acompanhassem até a casa do caminhoneiro.
Quando a polícia chegou ao endereço, José Moura negou que a menina estivesse em sua casa e alegou que as outras duas crianças, um menino e uma menina de 3 e 6 anos, respectivamente, fossem seus netos. Desconfiado, o sub-tenente Paiva revistou a residência e encontrou E. J. V. O. encolhida dentro do guarda-roupa do quarto do suspeito, que foi preso em flagrante. "Fomos alertados pelos vizinhos", disse Paiva.
A garota contou que foi abordada pelo caminhoneiro quando saía de casa em direção à casa da avó e foi ameaçada por ele, que exigiu que ela subisse em sua moto. Já em sua casa, José Moura disse à menina que iria matar ela e depois sua família, caso ela gritasse. Assustada, a menina ficou cerca de três horas trancada dentro da casa com as outras duas crianças e o estuprador.
Preso em flagrante, o caminhoneiro vai responder por sequestro, estupro de vulnerável e ainda terá de explicar à polícia a presença das outras duas crianças no mesmo ambiente em que ele praticava o abuso à menina encontrada dentro do guarda-roupa.
Muito abalada, Valéria e a filha foram levadas juntas com o acusado até a Central de Flagrantes onde ele permanece prestando esclarecimentos. A menina será encaminhada para o Instituto Médico Legal (IML) para fazer exames de conjução carnal, que será usado como prova no processo movido contra o pedófilo. "Minha filha é uma criança que perdeu a inocência muito cedo, infelizmente, por conta desses psicopatas que convivem com a gente, sem levantar desconfianças", desabafou Valéria.
A menina já tinha sido vítima de um crime parecido, meses atrás, quando fez amizade com um cabeleireiro que se declarava homossexual, mas que abusou da garota quando ela visitava o estabelecimento e se oferecia para ajudá-lo a arrumar o ambiente, no mesmo bairro.
O Conselho Tutelar que ampara a região do Jacintinho vai acompanhar o caso de perto e dar a assistência necessária para a menor.