O 3º Tribunal do Júri da 9ª Vara Criminal da Capital condenou Cledigal Farias de Oliveira, conhecido como “Gal”, a 53 anos, um mês e 10 dias de prisão por assassinar, com ajuda de dois comparsas, o casal Francisco Araújo da Silva e Vânia Matheus da Silva, em 2007, numa estrada que liga o Povoado Sampaio, em São Braz, a Porto Real do Colégio. O motivo teria sido a concorrência comercial entre os bares “Beira Rio” de propriedade do réu e “Bar das Palmeiras” que pertencia às vítimas. Além de assassinar o casal, os acusados teriam ateado foto no veículo, queimando, quase que totalmente, os corpos.
O júri popular foi conduzido pelo juiz Geraldo Cavalcante Amorim, que destacou que o réu estava ciente das ações de seus comparsas, além de ter organizado e participado de todas as ações do crime. “Agiram de forma impiedosa, quando desferiram os tiros e atearam fogo nas vítimas, contratando com o mais elementar dos sentidos humanitários e desprezo pela vida humana. A violência do crime e a fúria sanguinária com que eles agiram extrapolam os limites da racionalidade”, narrou.
O magistrado destacou também que as consequências do delito, conjunto de efeitos danosos provocados às vítimas, familiares e à sociedade, são relevantes para aplicação da pena. “As vítimas eram trabalhadores, pai e mãe de família, deixando em luto seus quatro filhos, entre eles uma criança de nove anos, seus pais, demais familiares e amigos para sempre”, destacou o magistrado.
O julgamento foi transferido para a capital após o magistrado de primeiro grau e o Ministério Público solicitarem ao Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) o desaforamento, uma vez que o crime foi cometido por um grupo temido na região, com influência política, além do fato de um dos réus ser um vereador.
Segundo os autos, Cledigal Farias e os comparsas Cledson Araújo Marques e Osmário da Silva são acusados pelo Ministério Público (MPE) de violação de domicílio, sequestro, furto qualificado, dano qualificado e homicídio qualificado das vítimas, além de tentativa de homicídio contra Juan Matheus da Silva e porte ilegal de arma. Cledigal vai cumprir a pena de mais de 50 anos em regime fechado, em um presídio federal, por ser de alta periculosidade e por ter tentado fugir do Sistema Prisional do Município de Arapiraca, em junho de 2009.