Tem sido bastante resumida a participação da comunidade jovem na conhecida ‘festa pagã’ (apresentação de atrações musicais, bingos e outros folguedos) realizada na Praça Basiliano Sarmento no centro de União dos Palmares logo após os atos litúrgicos realizados na nave da Matriz de Santa Maria Madalena padroeira de União dos Palmares cujo festejo segundo os historiados, completa 179 anos.
Outrora revestida de brilhantismo e atraente para todos os gostos, a festa considerada um dos maiores eventos religiosos do estado está perdendo espaço para o modernismo (os ‘jovens’ protestam pelas redes sociais contra a apresentação de orquestras de bailes em lugar de rock, pagode e outros ritmos modernos) assomado a crise financeira que o município atravessa desde o encerramento das atividades da Usina Lajinha, outras festas em cidades circunvizinhas como Murici, Viçosa e Arapiraca cujas datas são coincidentes, incluindo-se neste universo o inaceitável absurdo da divisão de grupos políticos estabelecidos na cidade desde a ultima eleição para prefeito.
Estes fatores se somam a violência desenfreada que assola Alagoas por conseqüência União dos Palmares promovida pela impunidade e o desaparelhamento da policia. A reportagem da TRIBUNA UNIÃO ouviu diversas famílias tradicionalmente devotas e delas recebeu a resposta quase unânime de que ‘preferimos comprar nossa bebida e nossa comidade para evitar a exploração dos preços da festa e comemorar em casa do que ir para a praça. Esperamos comparecer a Procissão do próximo dia 02’ disse um chefe de família que adaptou um chuveiro no fundo da casa, alugou umas mesas, comprou cervejas em lata alugou e um freezer.
Paralelamente surge um conflito de gerações que se evidencia nas redes sociais: uns perguntam o que está acontecendo com o ‘brilhantismo’ enquanto outros acusam a Comissão Organizadora do evento ter haver sido infeliz nas contratações dos artistas mesmo com alguns discordantes aproveitando a festa para divulgar seus produtos na tentativa de vende-los, esquecendo que a origem e a permanência da festa que já atravessou quase dois séculos é sustentada pela Fé dos verdadeiros adeptos da padroeira católica.
Na realidade, pouca gente está percebendo o outro lado da história: os atos religiosos estão sendo um sucesso por dois fatores: o primeiro, por se tratar do verdadeiro objetivo da festa que é o culto a santa católica e a divulgação do evangelho, e o segundo, é a presença da equipe atual de sacerdotes que desfruta alto conceito junto aos fieis. ‘O que se passar lá fora, depois do ‘terço’ - que acaba cedo e permite parte do povo de Deus ir embora em Paz -, não nos diz respeito’ disse em devoto a reportagem.
Um membro de outra religião que falou sobre o tema na condição do anonimato colocou a questão da seguinte maneira: ‘Os tolos e possessivos que somente buscam os prazeres da carne e esquecem-se da Salvação é que se manifestam contrário, esquecendo a tradição da família de União dos Palmares. Estes mesmos não se fartam com a festa pagã exposta todos os dias através das emissoras de TV. Embora não seja católico, reconheço, que a religião é predominante em União, e no meu entender, estão de parabéns a direção da Igreja e os verdadeiros católicos e devotos’.
Mesmo diante da discordância, os órgãos se segurança do município, a imprensa e milhares de fieis esperam para os próximos três e últimos dias do festejo, caso não chova, que o brilhantismo das noites coloridas palmarinas retorne com intensidade. Para domingo dia 02, por exemplo, se estima que mais de 25 mil pessoas esteja na cidade para assistir o festejo com o sem a opinião dos discordantes.
redação //