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O alerta surgiu
após o médico Imran Ansari, do Hospital Universitário Aga Khan, no Paquistão,
relatar o caso. Ela havia aplicado a tatuagem nos braços e nas pernas durante
dois ou três dias seguidos e uma vermelhidão e intensa coceira começou a
aparecer. Os produtos químicos se espalharam por sua perna e ela precisou dar
entrada com urgência ao hospital.
Os médicos
disseram que ela teve uma fortíssima alergia aos produtos químicos usados na
henna e que não havia outra saída a não ser amputar seus membros, antes que os
produtos tóxicos caíssem na corrente sanguínea e ela morresse lentamente. Ao
que tudo indica, os pais não concordaram com isso e pediram que o médico dessem
uma injeção letal que pudesse matá-la sem dor e o mais rápido possível.
Os relatos, que
não possuem confirmação oficial por parte do governo paquistanês, garante que o
médico deu a injeção e começou a divulgar o caso, pedindo que noivas não
usassem o produto como adorno corporal de casamento.
A autenticidade
do fato não está declara, mas foi reproduzida por inúmeros portais em mais de
15 línguas.
O que há de verdade?
A henna é um tipo de planta que produz flores. As folhas transformadas em pó são usadas como “tatuagem” em diversas partes do mundo, especialmente em países islâmicos e indus. A moda de enfeitar a noiva se estende pelo Paquistão, Marrocos, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Índia, Bangladesh, etc.
Usar henna faz parte de um ritual com a intenção de trazer bênçãos e prosperidade, além de alegria por deixar a mulher mais bonita. A henna de forma natural tem baixíssimo risco de provocar alergias sérias, embora o risco exista e seja uma realidade.
O problema, no caso, é que alguns fabricantes do produto adicionam substâncias nocivas como para-fenilenodiamina (PPD), o-aminofenil e fenol, para deixar o produto com cor ainda mais escura ou permitir uma leve coloração.
PPD, por exemplo, é usado em corantes para cabelos de forma permanente, mas não é recomendado para tinturas não-permanentes, como a henna. Algumas pessoas que usam henna contendo PPD podem desenvolver alergias e ficar com a pele muito sensível.
Essas
substâncias misturadas com a henna podem provocar bolhas, erupções cutâneas,
ardor, inchaço da garganta, confusão mental, queda na pressão arterial, etc.
Quem já tem uma sensibilidade mais aguçada a estas substâncias, pode ter
reações ainda mais graves.
O FDA, que é o
órgão americano que controla medicamentos e cosméticos, com o mesmo tipo de
atuação da ANVISA aqui no Brasil, afirma que a henna só pode ser usada em
tinturas de cabelo e nunca na pele. O FDA ainda abordou que alguns fabricantes
ou esteticistas usam aditivos para deixar o produto ainda mais negro, por
tanto, adulterando suas propriedades, o que pode levar a sérios ferimentos.
O Veredicto
Usar a henna natural e de forma sensata, pode ser uma boa alternativa para tingir cabelos ou produzir lindas figuras na pele. O cuidado deve ser feito, especialmente evitando usando estes produtos em profissionais na rua ou em outros países onde a preparação já está feita em um pote e você não pode nem ver a embalagem, bem como dados do fabricante.
É importante salientar que um teste de alergia feita na pele é
fundamental para garantir que não terá o corpo todo repleto de bolhas ou
precise de ajuda médica.