Militares ocupam a ALE e pedem que orçamento contemple a tropa

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Centenas de militares estiveram na Assembleia Legislativa Estadual (ALE), na tarde desta quarta-feira (18), com a intenção de barrar a votação do orçamento, que estava prevista. Como não houve sessão ordinária devido à greve dos servidores da casa, um grupo de parlamentares recebeu uma comissão dos policiais, que cobrou uma melhor atenção à categoria na Lei Orçamentária Anual (LOA). Os militares e os funcionários do Legislativo defendem que o orçamento não seja votado até que as reivindicações das duas classes sejam atendidas.

Os servidores da ALE já haviam anunciado, na noite dessa terça-feira, que tinham decidido pela greve, o que, na prática, impossibilitaria a sessão ordinária e, consequentemente, a votação do orçamento estadual. De acordo com o presidente da Associação dos Servidores do Poder Legislativo, Eduardo Fernandes, o governo ainda não tem a intenção de liberar o dinheiro para que a Assembleia possa pagar o salário de dezembro e o 13º de 2013.

Já os militares aderiram à Operação Padrão e só saem às ruas de acordo com o que preconiza a lei. Há registro de vários batalhões na capital e no interior que adotaram esse protesto silencioso. A falta de policiamento já é sentida nas ruas, nas ocorrências envolvendo a crimes e a população demonstra preocupação.

Ainda na Assembleia, líderes de militares anunciaram que pretendem pedir o suporte dos deputados estadual para intermediar uma negociação com o governo do Estado. Além disso, querem que o Legislativo instaure a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Segurança. Uma multidão se concentrou à porta da ALE e foram ouvidas até bombas no local. Eles foram recebidos pelos deputados Flávia Cavalcante (PMDB), Dudu Hollanda (PSD), Ronaldo Medeiros (PT), Jeferson Morais (DEM) e Judson Cabral (PT).

Alguns dos policiais reagiram ao que foi dito pelo governador aos comandantes das unidades policiais, na manhã desta quarta-feira, que teria sido a imprensa a responsável por orquestrar o protesto ocorrido nessa terça-feira. “Quem está fazendo política é o Dário César, que enviou panetones para os batalhões com a foto dele e como se nada estivesse acontecendo”, bradou o soldado Élcio Sarmento.

A Operação Padrão da Polícia Militar foi deflagrada na noite dessa terça-feira (18). Desde então, os militares que estavam de serviço não deixaram as sedes dos batalhões para atender aos chamados da população. Nesta manhã, um tiroteio registrado no Vergel do Lago deixou os moradores em pânico. Muitos foram os chamados que chegaram à Base Comunitária do bairro e ao 1º Batalhão, mas nenhuma viatura deixou os locais para ir até o local do ocorrido.