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A Polícia
Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira, 18, em Alagoas, a Operação
Matrix visando à desarticulação de uma quadrilha que fraudava a Previdência
Social através da concessão indevida de benefícios assistenciais. Estão sendo
cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, 8 mandados de condução coercitiva,
nas cidades de Maceió e Santana do Ipanema, além de 6 medidas cautelares de
afastamento de servidores públicos de suas funções.
As
investigações, que começaram no final de 2012 com base em informações
encaminhadas pelo INSS, identificaram que a fraude iniciava quando aliciadores
providenciavam documentos falsos para um “laranja”, geralmente um idoso. Em
seguida, o aliciador encaminhava cópia desses documentos para a Agência da
Previdência Social (APS) Monte Máquinas, juntamente com o requerimento de
benefício assistencial.
O servidor
do INSS envolvido no esquema criava um Número de Identificação do Trabalhador
(NIT) para o “laranja” e dava entrada no pedido de amparo social (LOAS-Idoso).
O próprio servidor responsável pela fraude agendava uma data para que o
“laranja” fosse atendido na APS. Em regra, o benefício era deferido antes da
data agendada e sem que fossem observados os trâmites exigidos pelo normativo
interno do INSS. Há elementos que comprovam que a fraude tenha ocorrido também
na APS de Santana do Ipanema.
A
Procuradoria Especializada do INSS e a Assessoria de Pesquisa Estratégica e de
Gerenciamento de Riscos da Previdência Social descobriram que alguns benefícios
foram deferidos ao mesmo aliciado, que utilizou a mesma fotografia nos
documentos falsos, porém, com dados qualificativos diversos em cada um deles.
Em outra análise, de uma amostra de 30 benefícios com indícios de
irregularidades habilitados por um servidor, 22 possuíam documentos com
fotografias idênticas. Por essa freqüente utilização da mesma fotografia em
vários documentos falsos, a operação foi denominada Matrix.
Relatos
obtidos no decorrer da investigação apontam que os servidores do INSS cobravam
em média 150 reais por benefício concedido. Os falsificadores também recebiam
150 reais por fraude. Pelo que se apurou até o momento, os aliciadores é que
obtinham maiores lucros, pois permaneciam com os cartões de saque garantindo
para si boa parte dos recursos pagos indevidamente. A estimativa da Previdência
Social é de que o prejuízo causado pela quadrilha chegue a 30 milhões de reais.
Estão
sendo investigados cinco servidores da APS Monte Máquinas e uma servidora da
APS de Santana do Ipanema, além de aliciadores e responsáveis pela falsificação
dos documentos. Um dos aliciadores é ex-servidor público, demitido da Receita
Federal. Os “laranjas” que se beneficiaram do esquema também poderão ser
responsabilizados. Os investigados serão indiciados por estelionato contra a
Previdência Social, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistema
de informação, corrupção ativa e passiva, entre outros, de acordo com a
participação individual na fraude.