'Sistema eletrônico do DETRAN é seguro: fraude foi nos papéis', dizem autoridades

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milton rodrigues

A coletiva de imprensa realizada pela coordenação da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), na manhã desta segunda-feira (02), no Departamento Estadual de Trânsito em Alagoas (Detran/AL), serviu para apresentar detalhes da operação que investiga o esquema de falsificação nos 40 processos de emissão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Os documentos teriam sido fraudados no período de seis meses onde houve uma inserção de dados falsos em cima de uma habilitação antiga que necessitava de renovação. De acordo com a coordenadora geral operacional do Detran, Ana Fábia Santos, a tramoia não ocorreu dentro do sistema eletrônico e sim com a documentação em papel do departamento.

“Não houve fraude no sistema eletrônico, todo o processo é 100% seguro, o que houve foi à falsificação de documentos do Prontuário Geral Único (PGU) que é realizado no papel”, justifica.

O Detran teria desconfiado do aumento no número de pedidos para o recadastramento de dados guardados no PGU e, a partir da suspeita de irregularidade, encaminhou o caso para a Polícia Civil. “Todos são documentos físicos e que tiveram seus dados alterados para beneficiar os compradores do esquema”, complementa a delegada Ana Luíza Nogueira.

A quadrilha presa na última quarta-feira (27) tinha a participação de dois funcionários do departamento além de um despachante. Um vereador da cidade de Branquinha também foi preso pelo crime. Eles inseriam dados falsos no arquivo e o valor para o trabalho custava entre R$ 1.500 e R$ 2 mil.

“Todos estão em prisão preventiva solicitadas pela 17ª Vara Criminal e devem ser atuados pelos crimes de falsidade ideológica e formação de quadrilha”, anunciou a delegada.

Além do processo criminoso, os servidores devem responder a um processo administrativo que pode acarretar na perda do cargo e o consequente afastamento de suas funções. O caso deve ser investigado pela Corregedoria do Detran.

As CNHs obtidas pela fraude devem ser apreendidas pela Polícia Civil, os documentos originais que foram alterados devem passar por uma força-tarefa do departamento que pretende restaurar os dados dos antigos condutores.

As investigações têm um prazo de 120 dias para a conclusão. Segundo Ana Luiza, outras pessoas podem estar envolvidas bem como os serviços de autoescolas podem ser incluídos no processo.