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Acusado de matar o professor universitário José da Luz Neiva em março do ano passado, o aposentado José Ricardo da Silva, de 38 anos, foi condenado a 24 anos 8 meses e 9 dias pelo crime. O julgamento aconteceu nesta terça-feira (12), em Maceió (AL), e o réu teve a condenação por maioria de votos dos jurados.
O julgamento, que aconteceu no Tribunal do Júri da 17ª Vara Criminal, foi comandado pelo juiz Maurício Brêda. O Ministério Público Estadual (MPE) havia pedido a condenação do réu pelo crime de homicídio triplamente qualificado e furto.
O professor universitário José da Luz Neiva foi encontrado morto, na manhã do dia 10 de março de 2012, em um dos quartos do Motel Oásis, localizado na Santa Lúcia, Tabuleiro do Martins. O laudo da perícia apontou que Neiva foi morto por asfixia. José Ricardo é réu confesso e contou, quando foi apresentado pela Polícia Civil, em dezembro de 2012, que enforcou o professor com um cinto. Desde então, o acusado está preso.
O promotor de Justiça Flávio Gomes da Costa representou o Ministério Público no caso.
Lembre o caso
Após encontrarem o corpo de Neiva, funcionários do Motel Oásis desconfiaram que a morte poderia ter sido decorrente de um ataque cardícaco, mas o laudo oficial do Instituto Médico Legal de Maceió (IML) apontou morte por asfixia.
Funcionários relataram que o professor estava acompanhado por um homem, que deixou o estabelecimento horas antes de o corpo ser encontrado. José Neiva lecionava nos cursos de Economia e Ciências Contábeis do Cesmac.
O réu
A Polícia Civil (PC) de Alagoas apresentou no dia 18 de dezembro de 2012 José Ricardo da Silva, de 38 anos, como o garoto de programa acusado de assassinar o professor Neiva. A PC afirmou que não havia dúvidas de que José Ricardo era o responsável pelo crime.
De acordo com a delegada Ana Luiza Nogueira, José Ricardo e o professor Neiva se conheciam há cerca de 11 anos e costumavam se encontrar com frequência, cerca de seis vezes por mês. Em 2011, o docente prometeu doar uma quantia de R$ 5 mil para ajudar José Ricardo a pagar algumas dívidas, mas não chegou a concretizar a promessa.
“Como a vítima não cumpriu aquilo que tinha prometido, os dois começaram a discutir com frequência até que José Ricardo perdeu a paciência e decidiu matar o professor. Ele matou porque a vítima não pagou os R$ 5 mil prometidos, portanto, é um crime de latrocínio”, disse Ana Luiza Nogueira.
Sessão de sadomasoquismo
José Ricardo confessou o crime, mas disse que matou o professor sem querer. Segundo José Ricardo, o professor tinha pedido para que ele amarrasse o seu pescoço e lhe batesse com uma toalha molhada. “Sempre fazíamos isso. Ele sempre pedia. Naquele dia, eu tinha tomado um pouco de cerveja e decidi dar um susto nele, só que acabei passando da conta. Não foi por causa do dinheiro, foi apenas uma consequência”, argumentou.
José Ricardo, que disse ser casado e ter dois filhos, negou ter relações homossexuais com Neiva e afirmou que os encontros geralmente aconteciam com a presença de mulheres.
“Nenhum dos dois era homossexual. Nunca tivemos nada. O que acontece é que ele gostava de ouvir histórias eróticas minhas. Ele trazia mulheres do tipo que eu gostava, e ficava olhando a gente tendo relação. Era isso que acontecia”, afirmou.
O acusado afirmou ainda que é aposentando por invalidez e se utilizava dos programas para aumentar os ganhos mensais e conseguir uma vida melhor para sua família. Segundo ele, Neiva não era seu único cliente.