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odilon rios
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, pediu informações à 16ª Vara Cível sobre a ação civil pública- do Ministério Público Estadual- da Operação Taturana. Em dezembro do ano passado, a Justiça condenou vinte e um deputados, ex-deputados, funcionários da Assembleia Legislativa e do banco Bradesco pelo desvio de R$ 3 milhões.
A ação de Barbosa é resposta a uma das ações da defesa, que tenta evitar a condenação dos parlamentares em segunda instância o que incluiria todos na Lei da Ficha Limpa. Seriam impedidos de disputar as próximas eleições.
Diz o MP Estadual que, em 2006, os deputados tomavam empréstimos no banco Bradesco, mas os valores eram pagos pelos cofres da Assembleia. Deputado-integrante da Mesa Diretora tinha limite de R$ 300 mil, nos empréstimos. Quem estava fora da Mesa, este limite caía pela metade: R$ 150 mil.
Os valores eram altos porque, nos cálculos, somava-se a verba de gabinete- na época R$ 39 mil- e os salários, também na época R$ 7 mil.
"Opostamente, quando o banco Bradesco, ao consultar as contas pessoais dos Parlamentares, não encontrava saldo suficiente para saldar a parcela vencida, procedia ao saque direto do cheque custodiado, já emitido anteriormente pela própria Assembléia Legislativa, no montante da parcela devida pelo Parlamentar”, diz o MP Estadual, na ação civil pública.
Este esquema foi um dos braços da Taturana, por onde R$ 300 milhões evaporaram para o bolso dos deputados.