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Justiça
05/09/2013 17:41:59

Pedido de vista em processo adia julgamento do prefeito de Delmiro Gouveia

Pedido de vista em processo adia julgamento do prefeito de Delmiro Gouveia
Prefeito de Delmiro Gouveia Lula Cabeleira

todosegundo //

g1-al

 

Após 4 horas de julgamento no pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL) a sessão que avalia o pedido de cassação do mandato do prefeito de Delmiro Gouveia, Luiz Carlos Costa (PMDB), o "Lula Cabeleira", e da vice-prefeita Eliziane Costa (PMDB), realizado na tarde desta quarta-feira (4), foi adiada devido ao pedido de vista feito pelo desembargador Luciano Mata. Com a solicitação concedida, o julgamento que definirá a situação administrativa do município do Sertão alagoano foi adiado para o dia 11 de setembro.

Afastados da prefeitura municipal desde o dia 11 de abril, por decisão do juiz José Eduardo Nobre, que julgou procedente a Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (Aime), interposta pelo segundo colocado nas eleições de 2012, Eraldo Joaquim Cordeiro, o Padre Eraldo (PCdoB), Lula Cabeleira e a filha, Eliziane Costa, já haviam recebido no julgamento do pleno do TRE, dois votos a favor da cassação do total sete.

Eles são acusados de abuso de poder político e econômico, utilização de isenção diária nas taxas do matadouro público e mercado público e compra de voto. Nos autos do processo constam que uma semana antes das eleições, houve a isenção nas taxas do matadouro e do mercado público pelo prefeito Lula Cabeleira.

Entretanto o Ministério Público, alegou que, mesmo próximo das eleições, nada influenciaria no pleito essa isenção, uma vez que o mercado público tem 197 boxes internos e 433 externos, incluindo pessoas que possuem mais de dois boxes, e 50 marchantes que trabalham no matadouro de Delmiro Gouveia.

Sobre a denúncia de abuso de poder político, consta nos autos do processo que o prefeito Lula Cabeleira teria feito de forma irregular a pavimentação das ruas da cidade, que só veio ser liberada pela Caixa Econômica Federal em fevereiro de 2013.

Entretanto, a defesa do acusado diz que não houve abuso de poder políticos e que as declarações de compra de voto foram falsas, uma vez que nenhuma das testemunhas assinou os depoimentos prestados. Já sobre a isenção das taxas do matadouro e do mercado público, a defesa diz que a empresa responsável não cumpriu com os contratos e, que por isso, ela teria isentado as taxas, sem nenhum acordo prévio com o gestor do município, na tentativa de suprir a carência dos serviços prestados.

O acusação diz que não há explicação para a diferença na quantidade de votos na zona rural e urbana, que segundo ele, o Lula Cabeleira teria 65,58% contra 34,41% na zona rural, e na zona urbana padre Eraldo teve 52% dos votos validos.

Ainda segundo o advogado de acusação, Raul Santos, a isenção das taxas é ilegal. "É uma vergonha que o prefeito haja dessa forma, porque logo após o pleito, ele voltou a cobrar as taxas. Ele abusou sim do poder político. Esperamos que o Lula Cabeleira seja cassado e que aconteçam novas eleições no município de Delmiro Gouveia".