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rosana hessel e paulo silva pinto
O
governo pretende preencher 66.678 vagas no setor público em 2014, das quais
6.001 estão ocupadas hoje por terceirizados. O custo dessa empreitada — há
muitos servidores próximos da aposentadoria — aos cofres do Tesouro Nacional
será de R$ 3,1 bilhões, conforme o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa)
entregue ontem ao Congresso Nacional pela ministra do Planejamento, Miriam
Belchior.
Apesar
das críticas dos economistas e dos apelos do Banco Central para que o governo
reduza os gastos e, assim, ajude no controle da inflação, o documento mostra
que os Três Poderes continuarão ampliando as despesas com a manutenção da
máquina. Em 2014, os desembolsos terão aumento nominal (sem descontar a
inflação) de 12,6% em relação a 2013, passando de R$ 578,7 bilhões para R$
651,5 bilhões. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) o montante subirá de
12% para 12,4%.
Do
total das despesas com a burocracia no ano que vem, uma das maiores parcelas
será com pessoal: R$ 222 bilhões, quantia 9,4% superior aos R$ 202 bilhões
previstos para este ano, apesar de o governo alardear que o total em relação ao
PIB vem se mantendo em 4,2%. Neste ano, o quadro não é diferente. De janeiro a
julho, as despesas com o funcionalismo avançaram 8,2%, para R$ 116,5 bilhões.
Já os gastos totais com a máquina saltaram 12,8%, quase o dobro do incremento
das receitas, de 7,8%.