Motim faz Casa de Custódia perder 12 celas; 300 presos estão amontoados

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ana paula omena

Mais de 540 presos estão amontoa­dos em 18 celas na Casa de Custódia, conhe­cida como ‘Cadeião’, após o princípio de rebelião, no sábado passado, motivado pelo anúncio de greve dos agentes penitenciários de Alagoas. A superlotação no local piorou porque no evento foram danificados 12 dos abrigos aos detentos.

A Casa de Custódia, onde se encontram os presos pro­visórios, tem capacidade para 240 reeducandos, mas está com excesso de mais de 300. Com o caos instalado, delegados estão evitando encaminhar presos para lá e mantendo-os nas delegacias do interior.

No motim ocorrido no Cadeião, os presos, quan­do souberam que não iriam receber visitas, quebraram grades de celas, danificaram torneiras e descargas de va­sos sanitários.

De acordo com o juiz da Vara de Execuções Penais, José Braga Neto, a previ­são é de que até a próxima terça-feira a reforma das 12 celas danificadas esteja pronta para possibilitar as­sim a transferência dos de­tentos. “540 presos já foram distribuídos. A Secretaria de Defesa Social é que está fazendo isso, fazendo o des­locamento para os interiores próximos da capital. São 300 reeducandos a mais que a capacidade da Casa de Cus­tódia, que é de apenas 240”, ressaltou.

A Gerência de Núcleo de Obras do Sistema Prisio­nal alagoano informou, por meio da assessoria de comu­nicação, que os reparos nas celas começaram tão logo o motim foi contido. Foi in­formado ainda que a obra já foi concluída e os presos retornaram aos módulos, in­formação divergente do que afirmou o juiz.

O presidente do Sindica­to dos Agentes Penitenciá­rios de Alagoas (Sindapen/ AL), Jarbas Souza, infor­mou que a paralisação de advertência ocorrida no sá­bado foi para cobrar melho­res condições de trabalho, concurso público e reajuste salarial.

Conforme o sindicalista, após o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) recebê­-los ficou acordada uma bolsa-auxílio no valor de R$ 1 mil, sendo R$ 600 concedi­dos no próximo mês e o res­tante dividido em dez vezes de R$ 40, o que suspendeu a greve da categoria.

Jarbas Souza considerou a reunião com o chefe do poder executivo proveitosa finalizando que houve uma sinalização para concurso público para agente peni­tenciário. Posteriormente será discutido o número de vagas e quando o certame será realizado.