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Saúde
13/08/2013 16:02:57

Para pesquisador, mortes por ataque cardíaco podem ser evitadas com prevenção

Para pesquisador, mortes por ataque cardíaco podem ser evitadas com prevenção
Dr. Ênio Bufollo

tribunahoje //


 

A prevenção é a melhor arma contra as mortes provocadas por ataques cardíacos. A afirmação foi feita pelo cirurgião-cardíaco e pesquisador Ênio Buffolo (SP) durante sua participação no IX Congresso Brasileiro de Cardiologia Intensiva (Intensicárdio), realizado sexta (9) e sábado (10) no Hotel Rádisson, em Maceió.

 

Para Buffolo, as medidas preventivas podem ser muito mais eficazes que ações materiais direcionadas a resgatar pessoas acometidas por enfartes. “Hoje é plenamente possível, mediante exames, reconhecer se o indivíduo corre riscos”.

 

As outras medidas importantes, para atendimento de pessoas cometidas por enfarte, seriam estruturar o resgate e disponibilizar nos hospitais UTI em condições de prestar o atendimento emergencial adequado.

 

Buffolo salientou que é fundamental que um paciente enfartado chegue ao hospital em até duas horas. “Nesse caso são grandes as chances de ser recuperado ou ficar com lesões mínimas”.

 

Vagas em UTIs

Ele apontou como grandes dificuldades a carência de estrutura para resgatar esses pacientes, principalmente no interior, e também encontrar vaga numa UTI. “É importante que os centros de atendimento estejam estruturados, com números suficientes de leitos disponíveis”, acrescentou.

 

- Dispomos na cardiologia intensiva – disse – do tratamento de choque cardiogênico. Esse dispositivo é utilizado para auxiliar o coração quando ele não consegue mais bombear o sangue sozinho. É também uma das grandes contribuições da cardiologia brasileira ao mundo e deve fazer parte de todas as UTIs.

 

Uma outra dificuldade que também compromete o atendimento adequado é a demora do paciente em reconhecer que está enfartando e acreditar que está sofrendo de uma dor passageira. “É comum que o indivíduo decida esperar para ver se a dor ou o desconforto passa. Isso retarda em muito suas chances”, disse.

 

Ao intensivo tão logo comece a sentir os sintomas. Essas pessoas, que seriam suscetíveis a ataques cardíacos, teriam maior chance de reconhecer o evento se investissem na prevenção.

 

Uma das estruturas de prevenção elogiada por Ênio Buffolo são as UTIs móveis com desfibriladores em estádios de futebol durante jogos. Ele defende que atitude semelhante seja tomada também para eventos e locais com grandes aglomerações de pessoas.

 

Essa medida foi tornada lei depois da morte do zagueiro Serginho, 30 anos, do São Caetano, durante um jogo contra o São Paulo em outubro de 2004. Para Buffolo, o atleta poderia ter sido salvo se houvesse desfibrilador e o atendimento inicial tivesse sido adequado.

 

O IX Intensicárdio reuniu cerca de 300 cirurgiões-cardíacos e cardiologistas clínicos do país em Maceió.