Operação desarticula maior quadrilha de falsificadores de Alagoas, diz Gecoc

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teresa cristina e vanessa alencar

Uma operação do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) do Ministério Público e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) resultou, nesta segunda-feira (05), na prisão de cinco pessoas e na apreensão de milhares de documentos falsos, quatro veículos e uma pistola 380. Os presos são suspeitos de estelionato e falsidade ideológica.

De acordo com a assessoria de comunicação do Ministério Público, os suspeitos estavam sendo investigados há cerca de quatro meses. Seis mandados de prisão e oito de busca e apreensão foram expedidos pela 17ª Vara Criminal. Givaldo Antônio Soares, Oliveira de Carvalho Costa, José Arnaldo Costa Filho, José Alves Ditu Filho e um outro homem estão presos e uma pessoa encontra-se foragida. Apenas com Oliveira, o Bope encontrou 29 carteiras de identidades falsas, todas com a foto dele, mas com nomes diferentes.

Entre os outros documentos apreendidos com o grupo estão cartões de crédito, CPFs, contracheques, documentos de veículos, carteiras de trabalho, títulos de eleitor, certidões de nascimento e de óbito e dinheiro falso. Os documentos passarão por perícia para saber quais deles são falsos e quantos podem ter sido furtados roubados ou desviados de seus destinatários.

Também chamou a atenção do Gecoc o fato de muitos dos documentos terem sido impressos em papel moeda. O grupo ainda vai investigar como os suspeitos tiveram acesso ao papel.

Notas frias

Também nesta segunda-feira, o Gecoc prendeu uma pessoa - em um escritório de contabilidade - acusada de fornecer notas frias para Prefeituras do interior de Alagoas. O nome do preso bem como detalhes sobre as irregularidades não foram divulgados pelo Ministério Público, já que a pessoa se comprometeu a colaborar com as investigações.

Gerentes de bancos também estão envolvidos com quadrilha

Após a prisão de cinco pessoas em uma operação conjunta entre o Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) e o Batalhão de Operações Especiais (Bope), o Ministério Público revelou que a quadrilha tem a participação de gerentes de agências bancárias em Alagoas. Após a investigação, foi constatado que os presos usavam documentos falsos também para retirar empréstimos entre R$ 100 mil e R$ 300 mil.

“Já está comprovado que os empréstimos eram retirados com a conivência de alguns gerentes de bancos e, alguns deles já estão identificados”, afirmou Alfredo Gaspar de Mendonça, coordenador do Gecoc, sem revelar a identidade nem a agência dos bancários que seriam beneficiados no "rateio" do dinheiro conseguido por meio das transações fraudulentas.

O promotor disse ainda que a quadrilha estava se preparando para aplicar um golpe em empresários chineses. Ele revelou que o grupo fez uma encomenda de cerca de R$ 1 milhão em mercadorias e, provavelmente, lesaria os estrangeiros com uso de documentos falsos.

“Nunca uma quadrilha como essa foi presa em Alagoas, eles eram muito organizados e atuavam há cerca de 10 anos com a base no estado e ramificações do Rio Grande do Norte até a Bahia”, colocou Gaspar de Mendonça.

Entre as falsificações feitas pelo grupo, o promotor destaca a emissão de certidões de óbito para foragidos da Justiça e documentação para a abertura de empresas fantasmas. Os "clientes" também acionavam a quadrilha durante blitz de trânsito para o recebimento imediato de documentos falsificados, como comprovantes do pagamento de IPVA.