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Maceió
04/08/2013 23:23:25

Mortos são preparados de forma irregular em Alagoas

Mortos são preparados de forma irregular em Alagoas
Foto Ilustrativa

tribunahoje //

olivia de cassia

 

Centrais de velórios e funerárias de Maceió podem ser punidas, caso seja aplicada a lei que determina que a preparação de cadáveres, por meio da formolização, deve ser feita apenas em local apropriado e com acompanhamento de um médico.

 

Os cuidados, conforme as legislações referentes à atividade, evitam que vítimas de doenças infecto-contagiosas sejam meio de contaminação mesmo após a morte, e ainda garantem que a formolização seja feita em condições sanitárias ideais.

 

“Mas muitas funerárias indevidamente fazem o procedimento”, afirma o professor e médico legista Gerson Odilon Pereira, integrante do Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal).

 

“Pela legislação, pessoas que falecem de doenças contagiosas como hepatite, tuberculose, meningite, entre outras, devem ser veladas em caixões lacrados, pois as bactérias são facilmente transmitidas pelo ar e não devem ser expostas para que pessoas da família, parentes ou amigos a toquem”, explica.

 

Mas a realidade é bem diferente. A reportagem da Tribuna Independente recebeu uma denúncia de que centrais de velórios e funerárias de Maceió estariam colocando formol e preparando indevidamente os corpos nos mesmos locais onde estariam sendo velados, causando risco e constrangimento aos familiares.

 

Segundo Ricardo da Silva (nome fictício), numa central de velórios de Maceió, a funerária teria preparado o corpo de um parente seu, que morreu de infecção generalizada, no local onde o corpo estava sendo velado.

 

Indignado, ele contou à reportagem que o mesmo senhor que pegou no caixão e preparou o corpo, aplicou o formol, na presença dos parentes, o que para ele é uma situação anti-higiênica e constrangedora, que deveria estar sendo fiscalizada.

 

“Fui ao velório com meus filhos e constatei o absurdo: a funerária preparou o corpo do meu parente dentro do próprio local. Imagine um falecido como o meu parente, que tenha morrido de uma doença como meningite, transmitindo infecção, bactérias e todos os outros tipos de doenças contagiosas”, observa.

 

Ricardo disse que no caso do seu parente foi cobrado R$ 500 para a colocação do formol. A reportagem pesquisou em algumas empresas que prestam esse tipo de serviço e os preços variavam de R$ 200 a R$ 250. “Não há fiscalização nesses locais. Eu entendo que essas empresas, para funcionar, precisam de um alvará e quem fornece é a Vigilância Sanitária. Por que não há fiscalização?”, indaga.