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Entidades corporativas de médicos em Alagoas são contra a implantação do programa Mais Médicos. No entanto, para a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Alagoas precisa do programa do Ministério da Saúde para suprir a carência imediata de médicos no interior e na periferia da capital. A princípio, 66 das 102 cidades alagoanas foram consideradas prioritárias, mas, segundo a secretaria, a adesão ainda pode crescer caso outros municípios façam requerimento ao governo federal.
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“Os números apresentados pelo Ministério da Saúde indicam que há uma carência de profissionais médicos em nosso país. Temos 1,8 médicos para cada mil habitantes”, ressaltou o secretário de Estado da Saúde, Jorge Villas Boas. “No Canadá e na Inglaterra são quatro médicos por mil habitantes. E até mesmo países da América do Sul, como Argentina e Uruguai, têm indicadores melhores que o Brasil”, observou.
O secretário destacou que de 2007 até este ano houve uma expansão importante do Programa Saúde da Família (PSF) em Alagoas. “Tivemos um amento de 10% na cobertura, passando de 69% para 79%. Aliás, a maioria dos municípios com menos de 25 mil habitantes já têm 100% de cobertura”, disse o secretário, em entrevista à TV Pajuçara. Ele lembrou que a atenção básica consegue absorver e resolver cerca de 80% dos problemas de saúde da população.
Entretanto, Villas Boas observou que ainda há muito a ser aperfeiçoado no setor. Segundo ele, muitos médicos rejeitam os trabalhos no interior por falta de perspectiva de futuro, de condições ideais de trabalho e também pela ausência de um programa de capacitação e qualificação dos profissionais. “A questão da fixação do profissional é decorrente de uma falta de política de recursos humanos. Diante disso, eles acabam procurando lugares com mais tecnologia e melhores condições de trabalho”, observou. Sobre o não cumprimento da carga horária por profissionais, o secretário preferiu não se pronunciar. “Isso já foi amplamente discutido”, limitou-se a dizer.
E é para resolver esses problemas, de acordo com o secretário, que o Mais Médicos foi criado. O objetivo, ainda segundo ele, não é apenas a contratação de profissionais, mas também o investimento em infraestrutura, capacitação e qualificação, além do aumento no número de vagas nas universidades e a abertura de mais residências médicas.
De acordo com a assessoria da secretaria, as tratativas envolvendo o programa serão realizadas diretamente entre municípios e Ministério da Saúde. Por parte do governo, cabem os investimentos já em andamento, a exemplo da construção das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).