Reparos nas casas da reconstrução começam hoje, mas devem terminar em 60 dias

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As obras de reparo na rede de drenagem do conjunto Newton Pereira, em União dos Palmares, começam amanhã (5). A informação foi divulgada pela Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra), que fez uma vistoria no conjunto nesta quinta-feira (4) e, junto com técnicos da construtora Sanco, identificou o motivo do alagamento no residencial.

O governador Teotonio Vilela classificou o alagamento como “absurdo” e determinou a solução definitiva para os problemas. Em reunião com o secretário da Infraestrutura, Marco Fireman, no final da tarde, o diretor da construtora Sanco, Marcelo Saldanha, explicou que o alagamento aconteceu porque três açudes vizinhos ao residencial transbordaram após as fortes chuvas que caíram na Zona da Mata na última quarta-feira (3).

“Foi um problema inesperado, e a rede de drenagem projetada não foi suficiente para escoar a água para o Riacho Cana Brava sem alagar parte do conjunto. O residencial tem cerca de dois quilômetros de extensão e duas mil casas, mas o problema maior aconteceu em uma área de 60 a 80 metros, inundando cerca de 40 casas”, explicou o construtor.

Prazo de 60 dias

Após a reunião, o secretário Marco Fireman cobrou agilidade da construtora para iniciar os reparos imediatos e estipulou um prazo de 60 dias para que as obras definitivas sejam concluídas.

Amanhã, começam os reparos nas bocas de lobo, a limpeza da calha do riacho e vamos pedir ao dono dos terrenos vizinhos que esvazie os açudes imediatamente, para evitar novos alagamentos enquanto as obras maiores não sejam concluídas”, afirmou Fireman.

“Em dois meses, a empresa vai construir um dique na parte mais baixa do terreno, para que a água do riacho não transborde quando houver fortes chuvas e realizar qualquer outro reparo que seja necessário”, disse o secretário.

Nesta sexta-feira (5), o secretário viaja para União dos Palmares às 10h para conferir de perto o início das obras.

Entenda o caso

O conjunto Newton Pereira teve parte das casas alagadas nesta quarta-feira (3), após as fortes chuvas que caíram na Zona da Mata. Assim que soube do problema, a Seinfra enviou equipes e máquinas para o local, resolvendo de forma provisória o alagamento. Ainda no início da tarde de ontem, toda a água já havia sido escoada. Em nenhum momento houve omissão da secretaria.

Em 2011, a Seinfra, após ser alertada pelos vereadores de União dos Palmares, determinou que a construtora Sanco desobstruísse o Riacho Cana Brava, para que não houvesse alagamento, e tivesse atenção especial com a rede de drenagem.

O residencial faz parte do Programa da Reconstrução e é uma marca do governo estadual, sendo o maior já realizado em Alagoas em resposta a uma tragédia. Menos de um ano após as enchentes, 210 obras de infraestrutura já haviam sido reconstruídas – como pontes, rodovias e acessos – e 32 conjuntos residenciais já estavam em construção.

Destes 32 conjuntos, apenas dois registraram problemas de alagamentos: um em Rio Largo – onde a rede de drenagem da prefeitura estava obstruída e o Estado já cobrou a desobstrução – e um caso mais grave em União dos Palmares.

No caso de União, além de realizar as ações emergenciais, a Seinfra encaminhou uma equipe técnica ao residencial, junto com os projetistas da construtora, para fazer um diagnóstico completo da situação. A empresa responsável pelo projeto fará todos os reparos necessários, sem ônus para o Estado.

O secretário Marco Fireman disse que o alagamento foi “inadmissível” e cobrou a apuração e a solução imediata do problema. “É inadmissível que famílias que passaram por uma tragédia como a de 2010 sofram um transtorno desse tipo agora. Isto precisa ser resolvido de forma definitiva”, ressaltou Fireman.