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Saúde
04/07/2013 20:42:03

Sobe número de cidades alagoanas com epidemia de diarreia, diz Sesau

Sobe número de cidades alagoanas com epidemia de diarreia, diz Sesau
Hipoclorito de Sódio (Ilustração)

g1-al //

 

Subiu o número de cidades com epidemia de diarreia em Alagoas. A informação foi repassada ao G1 nesta quinta-feira (4) pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesau). Já são 25 municípios com epidemia - cinco a mais que no último mês - e 46 com risco de surto da doença. O Ministério da Saúde já enviou mais 7 mil caixas com frascos de hipoclorito de sódio - que descontamina a água para consumo - para distribuir em todo o estado, com reforço para os municípios que estão em situação mais crítica de diarreia.

 

O motivo desta epidemia pode ser a água distribuída por carros-pipa. É o que diz uma reportagem da Agência Brasil, publicada no fim da tarde desta quinta. De acordo com a agência, a água distribuída por carros-pipa no estado pode ter causado a morte de 37 pessoas no período de 19 de maio e 30 de junho em Alagoas.

 

A informação, segundo a publicação, é do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, vinculado à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. A nota técnica apresentada pelo MS toma como base dados da Secretaria da Saúde de Alagoas (Sesau) e diz que "os carros-pipa estão captando água bruta e não estão realizando nenhum tipo de tratamento, antes de disponibilizá-la para a população, o que causa alto risco à saúde".

 

A superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Sandra Canuto, confirma que relatórios levantados por técnicos do Estado identificaram a presença de bactérias na água analisada, mas que não pode atribuir o surto de diarreia exclusivamente aos carros-pipa.

"A gente não pode dizer diretamente que as diarreias ocorreram por causa da Operação Carro-Pipa. Algumas coletas são feitas em estações de tratamento. A gente tem monitorado e não achamos bactérias em muitos deles", diz a superintendente.

Ainda de acordo com a Sesau, o problema se agrava porque a população, quando fica sem água, acaba por buscar medidas alternativas, como poços, açudes, cacimbas e algumas cisternas que não são devidamente tratadas. "O maior problema tem sido esse. Não podemos afirmar que os carros-pipa são responsáveis. É um fator de risco, mas não é o único", afirma Sandra Canuto.

 

A reportagem traz ainda o perfil das vítimas no período analisado. De acordo com os técnicos, diz o texto, foram pesquisados os 39 óbitos registrados nesses locais, confirmando que, “tendo em vista o cenário relatado”, 37 foram motivados por diarreia. Entre os mortos, 52% estavam acima de 60 anos e 38% tinham menos de 1 ano de idade.