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Justiça
18/06/2013 17:29:53

Ministério Público de Alagoas desmente versão de que Bárbara Regina era prostituta

Ministério Público de Alagoas desmente versão de que Bárbara Regina era prostituta
Dr. Alfredo Gaspar de Mendonça

correiodealagoas //

manuela felix

 

O Ministério Público (MP) descartou que a estudante Bárbara Regina, de 21 anos, que sumiu após ter saído de uma boate localizada no bairro da Ponta Verde, em setembro do ano passado, estivesse envolvida com prostituição como foi declarado pela Polícia Civil após depoimentos de testemunhas.

 

Alfredo Gaspar de Mendonça, coordenador do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), afirmou que Bárbara nem chegou a conhecer Vanessa Ingrid, acusada de ser a líder no esquema de prostituição e apontada também pela polícia como responsável pela morte da vítima.

 

Segundo Mendonça, a declaração foi baseada em investigações do MP. A versão de que Bárbara Regina era garota de programa e usuária de drogas foi apresentada à Polícia Civil em depoimento feito por Thiago Anderson de Oliveira Santos, de 25 anos. Ele é réu no caso do assassinato de Franciellen da Rocha, de 18 anos, encontrada carbonizada em fevereiro deste ano, e primo de Vanessa.

 

O promotor ressaltou que muitas testemunhas foram ouvidas, incluindo familiares e amigos de Bárbara. Entretanto, todos afirmaram que ela não era garota de programa. Mendonça explica que foram ouvidas pessoas envolvidas em sites de garotas de programa. Porém, ninguém conhece Bárbara Regina.

 

De acordo com Mendonça, a pretensão não é negar as informações da polícia, mas da testemunha que pode ter dado afirmações falsas.

 

Antônio Nunes, delegado que presidiu o inquérito, falou que a informação de que Bárbara conhecia Vanessa partiu do depoimento de Thiago. Porém, ele declarou que ela foi reforçada pelo depoimento de uma amiga de Vanessa, identificada por Nayara, que também foi presa. Nunes afirma que o processo corre em segredo de Justiça e qualquer informação a mais deve ser passada pelo Ministério Público.

 

Sobre o Caso

Bárbara Regina desapareceu em setembro do ano passado após sair de uma boate no bairro da Ponta Verde. As câmeras de segurança do local filmaram a vítima deixando o local em companhia de um homem identificado como Otávio Cardoso. Esta foi a última vez que a jovem foi vista com vida.

 

Em dezembro, o carro que teria sido usado para levar a vítima foi encontrado pela polícia. O veículo estava com um jovem que foi preso em flagrante por receptação e falsificação de documentos.

 

A primeira versão da polícia, apresentada vinte dias depois do desaparecimento da estudante, afirmava que Bárbara teria sido estrangulada e assassinada a golpes de punhal por Cardoso. A suspeita, na ocasião, era de que Bárbara havia sido morta porque se negou a fazer sexo com o suspeito.

 

Em abril deste ano, a polícia apresentou Thiago, que acusou Vanessa Ingrid de ter sido a responsável pela morte da estudante. Por causa das duas versões apresentadas pela polícia, a família de Bárbara ficou com muitas dúvidas sobre a linha de investigação e pediu ajuda ao Ministério Público.