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Durante toda a terça-feira (11), o cabo PM Eraldo Tadeu e o subtenente PM, Antônio Batista de Lima Neto – que são acusados de integrar um grupo de extermínio na cidade de União dos Palmares - sentaram no banco dos réus do Tribunal do Júri. Ao final da noite, os jurados os consideraram culpados por maioria de votos e, por isso, os militares devem responder aos crimes imputados na denúncia ofertada pelo Ministério Público de Alagoas (MPE/AL).
O subtenente foi condenado a 100 anos de prisão, enquanto o cabo foi punido com 88 anos de reclusão. Como ambos já cumpriram cinco anos de reclusão, enquanto aguardavam o julgamento, suas penas foram modificadas para 94 anos de nove meses e 78 anos e oito meses, respectivamente.
Na definição da sentença, o juiz Maurício Brêda tomou por base 25 anos de pena para cada morte pelas quais os réus foram condenados. O juiz manteve a prisão preventiva dos militares e a perda da farda.Durante o anúncio da fixação da pena, Brêda destacou que as provas nos autos atestam a participação dos réus. E, durante o curso do julgamento, eles tentaram passar para os jurados 'uma imagem que não condiz com a realidade dos fatos'. “Os réus, como representantes do Estado, tinham conhecimento suficiente para distinguir suas ações. Usaram a farda da Polícia Militar como meio para o crime. Tal postura é condenada”, anunciou o magistrado.
Os advogados de ambos os réus irão recorrer da decisão. Os réus e seus familiares preferiram não se pronunciar sobre o resultado do julgamento.“Não tenho dúvida que essa decisão será derrubada na Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. Na fase final do julgamento, os jurados se mostraram confusos com as supostas provas apresentadas pelo MPE. Não há nada que ateste a participação deles nesse crime. Uma carta anônima nunca foi suficiente para condenar ninguém”, argumentaram os advogados.
Por sua vez, o representante do MPE, promotor Flávio Gomes, revelou que estava satisfeito com a condenação. “O sentimento é de dever cumprido. Eles responderão pelos crimes. A Justiça foi feita”, considerou.