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Economia
10/06/2013 14:28:31

Atividade da cana-de-açúcar perde espaço em Alagoas

Atividade da cana-de-açúcar perde espaço em Alagoas
Usina de cana de açucar

tribunahoje //

ana paula omena

 

Já faz algum tempo, aliás, algumas décadas, que a cana-de-açúcar não é mais o principal motor econômico de Alagoas. O setor sucroalcooleiro tem perdido a hegemonia, diante do destaque conquistado por outros setores como a construção civil, o comércio e as indústrias, que geram cada vez mais empregos no Estado.

 

Além disso, com a instabilidade do emprego sazonal, comum na área agrícola, a população alagoana tem saído da zona rural, onde existe maior concentração de usinas de açúcar, para buscar oportunidades nas zonas urbanas e na capital Maceió. Segundo o IBGE, 65% da população alagoana vive na zona urbana. Por conta disso, atividades típicas da região (comércio, indústrias e serviços) têm ganhado espaço nos últimos anos.

 

E assim, hoje, o parque açucareiro de Alagoas representa apenas 18% do Produto Interno Bruto alagoano (PIB) do Estado.

 

Na contramão dessa aparente evolução, um estudo realizado pelo economista e professor da Ufal, Cícero Pericles, divulgada na revista The Economist, na edição de 2008, apontou que 350 mil famílias de Alagoas eram dependentes do dinheiro do Bolsa Família, ou seja, quase a metade das 841.117 famílias do Estado, segundo o Censo 2010, do IBGE. O programa federal tinha um repasse anual de R$ 300 milhões.

 

Este ano, a dependência aumentou: 425.209 famílias recebem o benefício, que injeta atualmente quase R$ 800 milhões por ano em Alagoas. Os dados são da Coordenação Estadual do Programa Bolsa Família, da Secretaria de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social.

 

Para Cícero Péricles, o setor sucroalcooleiro continua apenas se reproduzindo. Ele não vê possibilidade de a cana acabar, algum dia, em Alagoas, porém Péricles acredita que o setor deva diminuir ainda mais sua produção. “A produção do setor sucroalcooleiro representa, aproximadamente, 18% do Produto Interno Bruto alagoano, ou seja, de um total de R$ 25 bilhões do PIB alagoano, as usinas e destilarias produzem 4,5 bilhões de reais, entre cana, açúcar, álcool e energia elétrica”, frisou.

 

De acordo com o economista, alguns outros setores industriais, ainda que menores, crescem de maneira mais rápida – químicos, alimentos, confecções, movelaria, laticínios e a construção civil.