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O aumento expressivo dos casos de diarreia registrado nas unidades de saúde de Alagoas está preocupando a Secretaria do Estado de Saúde (Sesau). Até maio desde ano, foram 31.007 pacientes com doenças diarreicas, segundo os dados levantados pela Vigilância Ambiental. A causa, de acordo com a diretora Elizabeth Rocha, ainda não foi identificada.
O aumento já era esperado para o período. A diretora da Vigilância Ambiental explicou que durante o período chuvoso as pessoas ficam mais vulneráveis a doenças virais, que podem ser um dos causadores da diarreia. “Nesse período, consideramos normal uma média de 5% de aumentos dos casos”, informou. Mas o índice em alguns municípios do interior ultrapassou essa faixa de normalidade.
A situação mais preocupante é em Palmeira dos Índios, a cerca de 140 km de Maceió. Lá, a Sesau já registro 4 mil casos de diarreia nas três últimas semanas, um aumento de 20% a mais em relação ao mesmo período no ano passado, segundo Elizabeth Rocha. “Um aumento expressivo em curto espaço de tempo deve ser investigado isoladamente”, afirmou.
Como a maioria dos casos registrados ocorre na zona urbana do município, a investigação das causas começou pela análise da qualidade da água. A Sesau e a Casal (Companhia de Saneamento de Alagoas ) coletaram amostras da água fornecida pela companhia e enviaram para o Laboratório Central (Lacen) para testes. Os resultados mostraram que a água está isenta de coliformes fecais, portanto não há nenhuma relação com os casos de diarreia.
A Sesau, no entanto, não descarta que a origem do problema seja a água consumida pela população. A constante interrupção no abastecimento faz com que os moradores de Palmeira dos Índios busquem água em carros-pipa clandestinos, poços, cacimbas e cisternas. “Além disso, os mananciais passaram muito tempo com baixo nível de água e pode ter havido proliferação de material orgânico”, cogitou Elizabeth.
Além de investigar a procedência da água, a Sesau está fazendo exames nos doentes para identificar vírus ou bactérias que possam estar relacionados ao aumento dos casos de diarreia.
Apesar da preocupação, apenas 20% dos casos são considerados graves. “Mas devemos manter atenção, principalmente com os grupos vulneráveis, como crianças e idosos”, alertou Eilizabeth.
A diretora de Vigilância Ambiental destacou alguns cuidados que a população deve ter em casa para evitar a contaminação. “Saber sempre a procedência da água é importante”, ressaltou. A Sesau aconselha sempre ferver e usar hipoclorito de sódio na água. “Se possível, usar aqueles filtros de barro tradicionais”, acrescentou Elizabeth.
A Sesau aconselha também descartar corretamente resto de comida e dejetos de animais para evitar moscas, outra possível causa do surto.