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manuela felix
Alagoas apresenta alta nos índices que se relacionam a venda de cocaína nos últimos meses segundo o delegado de Repressão ao Narcotráfico (DRN), Jobson Cabral de Santana que detalha a rota do tráfico de drogas em nosso Estado e a interferência cada vez maior de traficantes de cidades do Sudeste no comércio local de entorpecentes.
Santana explica que as ações deflagradas pela polícia em cidades maiores como o Rio de Janeiro fez com que capitais menores, como Maceió, entrassem na rota do tráfico nacional, principalmente no comércio de cocaína onde foi registrado um aumento significativo de apreensões da droga nos últimos meses e esse crescimento ocorreu justamente depois de ocupações das favelas cariocas.
Os traficantes apresentam como estratégia, de acordo com o delegado, pagar diárias para jovens de grotas e favelas em Maceió para que trabalhem como aviões no tráfico interno e com isso aumenta-se o mercado consumidor de drogas.
Apreensões
Jobson Cabral disse que apreensões estão sendo realizadas em Alagoas nos últimos meses e cita um caso recente em que os policiais conseguiram apreender quase 50 kg de crack que estavam escondidos dentro de um pneu estepe de um veículo.
De acordo com o delegado, ano passado foram apreendidos quase 500 kg de drogas que foram incinerados no final do ano e este ano 150 kg de entorpecentes, entre maconha, crack e cocaína.
Cabral lamenta o baixo efetivo não só da DRN, que conta hoje com 16 policiais, mas também de outras forças policiais como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, fundamentais no combate ao narcotráfico.
Santana afirma que a investigação do tráfico depende diretamente do efetivo, salientando a importância da criação do Departamento de Repressão ao Narcotráfico que vai contar com mais policiais e delegados, mas que ainda depende do fim do concurso público da Polícia Civil.
Forças Armadas
Na opinião de Jobson Cabral, o modo mais eficaz de combater o tráfico de drogas no Brasil é a determinação por parte da Presidência da República de que as forças armadas trabalhem na fiscalização das fronteiras do país. Entretanto, essa tarefa é realizada hoje principalmente pela Polícia Federal, que conta com um déficit de efetivo.
O delegado finaliza ao ressaltar que o Brasil não produz cocaína e crack, ou seja, essas drogas entram no país através das fronteiras principalmente com países produtores como Colômbia e Bolívia.
Cabral alerta ao dizer que a única droga produzida no país é a maconha, mas que tem um índice de letalidade e poder para dependência muito menor que essas outra e para se ter uma ideia o crack vicia em apenas 10 segundos e mata o usuário rapidamente.