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andrezza tavares
A morte de José Gonçalves da Silva Filho, o “cabo Gonçalves”, completa hoje 17 anos e a família recebeu a notícia da anulação do Júri, que absolveu o ex-tenente coronel Manoel Francisco Cavalcante, tido como um dos mentores do crime, com sentimento de Justiça. “Se existe um presente para aniversário de morte esse é o nosso presente”, declarou Ana Gonçalves, irmã da vítima.
O ex-militar foi absolvido pelo Júri Popular, em outubro de 2011, mas o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), por unanimidade, decidiu pela anulação e determinou que Cavalcante seja submetido a um novo julgamento. A decisão foi publicada no Diário de Justiça Eletrônico do último dia 7.
A família Gonçalves sempre acreditou na Justiça e contou que com essa decisão o Tribunal mostrou que o fim está próximo. “A Justiça é cega, mas enxerga no escuro e ela está enxergando. A confiança de nossa família não foi em vão”, enfatizou a irmã de cabo Gonçalves.
Ana, que acabou se tornando advogada, contou que a Justiça tem mudado no Brasil e também em Alagoas. Ela disse que já viu coisas tidas como impossíveis há anos atrás, estarem acontecendo hoje, como a prisão de parlamentares. Como irmã da vítima, e porque não, como vítima também, pela dor que ainda sente, crê na continuidade de mudança.
No caso dos parlamentares apontados por Cavalcante como mandantes do assassinato de seu irmão, Ana deixa a cargo da Justiça e da Polícia provarem e julgar os responsáveis. “A Justiça não será pela metade. Vai alcançar também os mandantes da morte do meu irmão. A Justiça é gradativa e esse gotejar é como uma cachoeira. Não temos pressa”, desabafou.
Para Ana Gonçalves, “não há nada encoberto que não seja descoberto”.