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Saúde
07/05/2013 16:43:58

Situações da Vida Real (3)

Situações da Vida Real (3)
Dr. Marco Mota

Situações de vida real (3)

 

“O assunto é Cardiológico. Olá como vai? Meu nome é
XXXX e sou do Corpo de Bombeiros de Alagoas. Gostaria de saber se o aferidor de pressão digital via pulso pode ser utilizado em pacientes deitados. Pergunto porque recentemente vi esse produto e conversando com colegas eles me falaram que esse
aparelho só poderia ser usado sentado. Então fiquei na
dúvida. Tenho a pretensão de usá-lo no resgate, por

conta da viabilidade e praticidade do aparelho. Existe

alguma restrição realmente? Desde já agradeço a atenção”.

 

Estimado, vamos responder a sua pergunta por partes:

 

a)    O equipamento de pulso pode ser utilizado com o paciente deitado? A resposta é não. A melhor forma de utilizar um equipamento de pulso é com o paciente sentado, utilizando uma técnica que propõe cruzar o braço esquerdo em direção ao ombro contrário. De maneiras, que o equipamento fique próximo da localização do coração. Já temos no mercado equipamentos de pulso com o sistema denominado de APS, que na verdade é um sensor de altura que permite determinar essa proximidade do equipamento ao coração. Alguns até sinalizam com erro esse afastamento, se ocorrer;

b)    Não aconselharia ainda o uso profissional dos equipamentos de punho (pulso). As validações ainda não são suficientes para acreditar num diagnóstico adequado de normotensão e hipertensão. Esse equipamento está em evolução e tem um futuro alvissareiro;

c)    Como existem tantas restrições, esses equipamentos que já são os mais vendidos em todo o mundo pela sua praticidade e portabilidade, servem para que? Posso dizer que são importantes ferramentas utilizadas para a chamada automedida da pressão arterial. Essa indicação já está referendada pelas V Diretrizes de MAPA e III de MRPA, como importante forma de verificar adesão e controle dos pacientes hipertensos em uso de medicação anti-hipertensiva. Aconselha-se que o paciente tendo um aparelho desses em casa proceda da seguinte maneira: faça medidas da pressão arterial duas vezes pela manhã antes de tomar o remédio (obedecendo à técnica de medidas convencionais) e duas vezes antes do jantar, durante os três dias que antecede às consultas. Isso totaliza um conjunto de 12 medidas. Proceda a realização da média e leve já anotada no dia da consulta. De posse dessa informação o médico pode avaliar o controle, e na dependência da validação do equipamento utilizado, pode até fazer ajustes na medição ou solicitar avaliações complementares.

 

Marco Mota

É médico cardiologista

E-mail: mota-gomes@uol.com.br