População protesta nas ruas da cidade
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carlos victor costa
Os moradores da cidade de Anadia saíram às ruas na manhã desta sexta-feira (26), em passeata, intitulada "Anadia Clama por Socorro" para cobrar dos governos Municipal, Estadual e Federal, medidas que venham a garantir a segurança pública e paz ao município. Lideranças religiosas, comerciantes, professores, estudantes, comunidade em geral estiveram presente se manifestando por um único objetivo, a luta pelo fim da violência.
Durante a manifestação a reportagem do Correio de Alagoas conversou com os pastores das Igrejas Assembleia de Deus e Quadrangular que afirmaram está engajados na luta pela paz no município.
Segundo o Pastor Benedito Anselmo, da Assembleia de Deus a comunidade precisa estar unida para que esse caos gerado em Anadia tenha um fim. “Como representante evangélico afirmo que temos a incumbência de ajudar a população para que a paz volte a reinar aqui. Nosso primeiro passo foi essa manifestação que tenho certeza que vai surtir efeito junto às autoridades”.
Para o Pastor Maurício, líder da Igreja Quadrangular o índice de violência em Anadia tem demasiadamente crescido. De acordo com ele a responsabilidade vem de casa. “Estamos nessa situação devido à forma errada como alguns pais educam seus filhos, que acabam sem acompanhamento entrando nas drogas, que é o mal maior da sociedade. É o que faz um ser humano entrar na criminalidade”.
Diante do que vem acontecendo em Anadia, o Pároco do município, Niraldo José, junto com a comunidade católica está organizando um abaixo assinado pedindo intervenção na cidade. Para ele a iniciativa da manifestação teve um resultado positivo. “Mesmo debaixo de chuva, a população veio participar. Estamos protocolando junto a Câmara de Vereadores uma audiência com o governador Teotonio Vilela Filho, para que ele possa ter noção do terror que o nosso município está vivendo. Aqui os comerciantes abrem seus estabelecimentos com insegurança. Está uma situação caótica”.
Vítimas de assaltos
O Correio de Alagoas conversou também com o comerciante Geraldo Ferreira, de 45 anos que em menos de um ano já teve seu estabelecimento assaltado três vezes. “A cidade era pacata. Não havia assaltos aqui. Devido aos constantes assaltos que sofri, resolvi não receber mais pagamentos de contas de água, luz e outras faturas. E com isso minha renda diminuiu. Estou há mais de 20 anos no comércio e agora estou praticamente desempregado, vivendo através da venda de picolés em meu estabelecimento e pelo decorrer do que estou acompanhado com o alto índice de assaltos no Estado, outros comerciantes acabarão fechando as portas também”.
Outro relato emocionante, foi de Luiza Almeida que contou para a reportagem os momentos de terror em que seu irmão, Fernando Ribeiro, que é comerciante no município passou há três semanas. “O estabelecimento do meu irmão já havia sido assaltado ano passado, mas dessa vez foi uma forma aterrorizante. Cinco homens armados fizeram ele, os funcionários e alguns clientes de reféns. Todos foram colocados dentro de um escritório. Meu irmão acabou ficando com um hematoma nas costas por conta da arma apontada com força por um dos criminosos. Graças a Deus ele está bem e com vida, mas é muito triste isso que está acontecendo em Anadia. Espero que isso acabe e a tranquilidade volte para esse município lindo”.
Entidades sindicais apoiam manifestação
Representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social e Trabalho no Estado de Alagoas (Sindprev), Central Única dos Trabalhadores (CUT) entre outros sindicatos estiveram no município manifestando apoio à população.
“Estou orgulhosa em ver a participação do povo anadiense. Eles estão aqui para mostrar a indignação de ver um município tão pacato entregue aos criminosos e usuários de drogas. Esperamos que tenha um resultado positivo e rápido. Que o governador abra os olhos e veja a nossa situação. Pois pelo que estou vendo acabará ocorrendo latrocínios, onde roubam e matam. Isso será uma situação ainda mais preocupante. Por isso estamos nos manifestando para chamar a atenção dos governantes. Como filha da cidade, torço para que tudo volte a normalidade. Minha família toda é daqui, disse a sindicalista Olga Chagas Costa, representante do Sindprev.