correiodealagoas //
Uma matéria publicada
neste domingo (21) no portal Terra mostrou a atração de brasileiros par
doutorado em universidades argentinas e justificou a preferência pelas
facilidades. De Maceió, três pessoas – dois policiais civis e um agente
penitenciário - estão matriculadas na Universidad de Morón.
O Correio de Alagoas
conversou com o policial civil Fábio Esperon para entender a opção. Segundo
ele, as dificuldades e carências encontradas em Alagoas para o doutorado são os
principais motivos.
“Sonho em ser professor
da Universidade Federal. Uma vez fui fazer a inscrição e exigia o mestrado, no
ano passado o doutorado e no Brasil não havia nenhum curso aberto que eu
pudesse entrar. Eis a razão”, declara Esperon.
O curso tem durabilidade
de dois anos e é dividido em quatro módulos. Em janeiro deste ano os alagoanos
iniciaram o doutorado. Eles passaram 26 dias na Argentina e em julho vão
novamente par o segundo módulo. O restante do curso é composto por etapas com
apresentação de trabalhos.
“Enviamos os trabalhos
pela internet em inglês ou espanhol. Não pode ser de forma alguma em
português”, explica.
Fábio Esperon lamenta as
barreiras detectadas em Alagoas quando o assunto é doutorado. “Aqui não temos a
oportunidade e isso entristece. Porque muita gente quer fazer esse investimento
pessoal e tem de se deslocar para outros lugares seja no Brasil ou fora”.
Quanto à validade do
diploma do curso feito na Argentina, aqui no Brasil, ele relata o que acontece
no momento.
“Em Alagoas ele não é
reconhecido. No Brasil os estados de Rondônia e Paranã aceitam porque têm
decreto de lei que normatiza isso. Nosso estado é super atrasado e estamos
pleiteando para que os parlamentares se envolvam e consigam ajudar nesse
sentido. Vamos procurá-los e tentar fazer como os outros estados”, afirma o
policial civil.
Porém, mesmo sem Alagoas
aceitar, ainda, o diploma argentino, os alagoanos têm uma brecha. Eles podem
enviá-lo ao estado que já acata e depois esperar o retorno que fica já com
validade em território brasileiro.
“Mas, o bom seria que
avançássemos e não precisássemos desse processo todo”, conclui Fábio Esperon.
Sobre o reconhecimento da universidade, ele afirma. “A Universidad de Morón é
reconhecida, ao contrário da UBA. Inclusive, alguns amigos nossos que iniciaram
nessa última pensam em migrar para a que estamos”.
Sobre o convívio com os
estrangeiros ele fala das dificuldades iniciais, mas assegura que depois tudo
fica fraternal. “No começo as pessoas estão cheias de vaidades, mas logo em
seguida vão se adaptando e se entrosam, Vamos dividindo os trabalhos, os
esqueletos das teses e aí tudo fica num clima bem fraterno”.
Em Moron a maioria dos
alunos é do Brasil, Chile e Estados Unidos . Com Esperon também iniciaram o
doutorado a policial civil Rejane Galvão e o agente penitenciário Felipe
Campos.