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vanessa siqueira
Assaltos, intimidações a alunos e até violência sexual contra animais viraram rotina entre professores e estudantes do campus de Satuba do Instituto Federal de Alagoas (Ifal). O caso mais recente aconteceu nesta quarta-feira (10). Uma ovelha foi violentada dentro do campus.
A professora Carla Cordeiro, do curso de Zootecnia, conversou com a reportagem do Cada Minuto e disse que a situação no campus de Satuba é caótica. Ela contou que os casos de violência contra animais são freqüentes e que, além disso, os alunos sofrem com a insegurança dentro e fora das instalações do Ifal.
“Este ano já tivemos três casos em que animais sofreram violência. Um cavalo foi esfaqueado no dia da aula inaugural. No começo do ano uma ovelha recém parida teve seu úbere mutilado e ontem tivemos o conhecimento dessa ovelha. Quando fomos analisar, constatamos que o animal havia sido estuprado. É uma situação muito crítica”, disse.
Entre outros casos que chamaram a atenção, está o de uma cabra que chegou a ser violentada até a morte dentro do Campus no ano passado. Na maioria dos casos, os autores não são encontrados. A professora diz que é comum pessoas que não são servidores nem alunos serem vistas circulando dentro do Instituto e que casos de intimidação à mão armada e assaltos já aconteceram.
“Constantemente roubam selas de cavalo aqui no Campus, alunos e professores vivem com medo dos assaltos que acontecem tanto dentro como fora do Ifal. Já fomos pedir apoio e segurança à prefeitura e à Polícia Militar, porque do jeito que as coisas estão não dá para continuar”, afirmou.
Anselmo Lúcio, diretor do campus, disse que a direção tem conhecimento dos casos e que tem feito o possível para contornar a situação. Segundo ele, o Instituto possui uma área de 157 hectares e apenas seis seguranças particulares atuam no local para garantir a segurança.
“Nós sabemos dos casos de violência contra os animais, mas a área onde eles ficam é mais afastada e temos poucos seguranças para monitorar todo o local. Ficamos numa área crítica, entre Satuba e Rio Novo, áreas onde acontecem muitos crimes. Quem entra no campus e comete os crimes contra os animais geralmente são menores envolvidos com drogas. O Ifal não mede esforços para manter a segurança de todos dentro do campus”, afirmou.
Sobre os casos de assaltos a alunos e professores, Anselmo disse que não tem conhecimento de casos dentro do campus. Segundo ele, os assaltos costumam ocorrer fora das instalações, o que impossibilita que os seguranças do campus realizem uma intervenção.
“Dentro do campus, nossos seguranças conseguem impedir que os assaltos ocorram. Nós temos consciência de que a situação é crítica e que temos que conseguir apoio da prefeitura e da polícia para impedir que abusos aos nossos animais e intimidações aos alunos continuem a acontecer. A violência chegou dentro do campus e estamos procurando formas de contê-la”, disse.
A diretoria do Instituto disse anda que já entrou em contato com a prefeitura e as polícias Militar, Federal e Civil para pedir apoio e segurança. Já foram emitidos ofícios para esses órgãos relatando a situação do campus e agora eles esperam que haja uma solução rápida para o caso.
“Estamos tentando colocar mais um segurança dentro do campus, mas os custos são altos. Já investimos em segurança eletrônica com a instalação de câmeras, mas ainda assim continuamos precisando de apoio da polícia. O problema é que as pessoas cortam as cercas, invadem nossa área e nem sempre conseguimos conter isso”, finalizou.